O Omegle anunciou o fim de suas atividades na última quarta-feira (8). Em comunicado oficial, o fundador do site para conversar com estranhos, Leif K-Brooks, confirmou o encerramento da plataforma e lamentou que ela tenha sido utilizada de forma controversa pelos usuários. A ferramenta, que “sorteava” internautas e promovia a interação entre eles por chat ou por chamada de vídeo, já esteve envolvida em casos de assédio sexual e discurso de ódio. A causa do fim do Omegle, inclusive, tem a ver com a pressão da comunidade virtual em relação a essas atividades maliciosas.
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Na página inicial do site, K-Brooks escreveu “Não se pode traçar um panorama honesto sobre o Omegle sem reconhecer que algumas pessoas o usaram indevidamente, inclusive para cometer crimes hediondos e indescritíveis”. No entanto, o fundador também lamenta o fim da plataforma e reforça que a maioria dos usuários a utilizava de forma positiva.
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Omegle: veja como a plataforma funcionava e entenda as polêmicas
Criado em 2009, o Omegle era o site mais famoso entre as ferramentas que possibilitavam conversar com estranhos online. O funcionamento da plataforma pode ser explicado de forma bastante simples: os usuários eram “sorteados” e encaminhados para janelas de bate-papo com outros internautas aleatórios. Além da interação por texto, ainda era possível abrir uma chamada de vídeo.
Em comunicado no site, K-Brooks lembra as boas histórias promovidas pela ferramenta. “Ao longo dos anos, as pessoas usaram o Omegle para explorar culturas estrangeiras; obter conselhos imparciais de terceiros sobre suas vidas; e para ajudar a aliviar sentimentos de solidão e isolamento. Já ouvi até histórias de almas gêmeas que se conheceram no Omegle e se casaram”, escreveu o desenvolvedor.
No entanto, é inegável que a plataforma também foi utilizada por usuários maliciosos. K-Brooks admite que “Infelizmente, também existem pontos baixos. Praticamente todas as ferramentas podem ser usadas para o bem ou para o mal, e isso é especialmente verdadeiro no caso das ferramentas de comunicação”, comentou.
Em 2018, um estudante do Rio Grande do Sul foi condenado a 14 anos de prisão por estupro virtual de um menino de 10 anos. Segundo a apuração do crime, o abusador conheceu a vítima pelo Omegle e, depois, começaram a conversar em outras plataformas. Além disso, não era raro encontrar relatos de usuários sofrendo racismo, homofobia, xenofobia ou outros tipos de preconceito ao utilizar a ferramenta.
Com tantas polêmicas, o Omegle ficou mal visto pela comunidade virtual. Segundo o desenvolvedor, a ferramenta passou a receber ataques “nada construtivos” e que a única forma de responder a essas reações é parar de oferecer o serviço.
“Nos últimos anos, parece que o mundo inteiro ficou mais teimoso. Seja qual for a razão, as pessoas tornaram-se mais rápidas a atacar e mais lentas a reconhecer a humanidade partilhada umas pelas outras. Um aspecto disso tem sido uma barragem constante de ataques a serviços de comunicação, incluindo o Omegle, com base no comportamento de um subconjunto malicioso de usuários”, comentou o fundador do site.
A plataforma até contava com um sistema de moderação que bania usuários maliciosos, mas ele não era suficiente para impedir todas as práticas indevidas. “A luta contra o crime não pode ser verdadeiramente vencida. É uma batalha sem fim que deve ser travada e re-travada todos os dias; e mesmo que você faça o melhor trabalho possível, poderá causar uma redução considerável, mas não vencerá’ em nenhum sentido absoluto da palavra”, desabafou K-Brooks.
Sites parecidos com o Omegle
Na Internet, existem diferentes sites parecidos com o Omegle. Ferramentas como TinyChat e Camsurf também permitem conversar e trocar experiências com estranhos da Internet. Vale lembrar que, assim como o Omegle, essas plataformas também estão sujeitas a práticas maliciosas dos internautas e que é extremamente recomendado ter mais de 18 anos para acessá-las.
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