Norte e Nordeste do Brasil passam por pior seca dos últimos 40 anos

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Segundo levantamentos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), oito estados do norte e nordeste do Brasil passam pela pior seca desde o início do monitoramento climático das chuvas na região, em 1980. As últimas semanas na região foram marcadas por desabastecimento de água, desbarrancamentos e morte de animais em massa.

A pior estiagem dos últimos 40 anos afetou, até agora, Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará, Piauí e Sergipe, segundo uma compilação dos dados do Cemaden feita pelo G1. A falta de chuvas atingiu, principalmente, os rios amazônicos, como o Rio Negro, que cruza Manaus — ele marcava 15,29 metros na última segunda-feira (2), faltando apenas 1,66 m para chegar à baixa recorde de 13,63 m, vista em 2010.

O rio Solimões, por sua vez, chegou a -43 centímetros em 22 de setembro. É a segunda pior seca a atingi-lo, segundo informações do boletim semanal do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). O Instituto Nacional de Pesquisas Nacionais (Inpe) também está envolvido no monitoramento por satélite da região.

El Niño e a seca

Os levantamentos científicos indicam que a seca está sendo influenciada pelo El Niño, fenômeno que mostra especial força neste ano. Normalmente, as secas nas regiões norte e nordeste acabam em novembro, mas as previsões mostram que ela deve se estender desta vez, indo até janeiro de 2024 para que as chuvas voltem aos estados. Até agora, o momento mais crítico da estiagem foi entre os dias de 19 e 29 de setembro.

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Entre os desastres trazidos pelo fenômeno, está um desabamento nas margens do rio Solimões, na última sexta-feira (29), que destruiu oito casas, mas não deixou feridos em Coari, a 363 km de Manaus, capital do Amazonas. Outro desabamento atingiu o rio Purus no último sábado (30), deixando dois mortos, três desaparecidos e mais de 200 feridos em Arumã, comunidade no município de Beruri, a 263 km de Manaus.

Outro afluente do Amazonas, o lago Tefé, tem ficado repleto de cadáveres de botos desde a última semana, com pelo menos 120 sendo vistos boiando. Com o nível do rio abaixando demais, a água fica quente demais para os animais, segundo especialistas. O corpo d’água chegou a registrar 39ºC em meio à onda de calor da região.

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A baixa umidade do solo tem afetado a produção agrícola e pecuária dos estados, com 79 municípios sofrendo, nove a mais do que em agosto, quando 70 já passavam por seca extrema. No Pará, 55 dos 144 municípios do estado sofreram com a estiagem em setembro, e destes, 22 estão com mais de 80% das áreas agroprodutivas atingidas. Em Roraima, a situação também é séria, com mais de 80% das áreas agrícolas afetadas em 13 dos seus 15 municípios.

Fonte: Cemaden via G1, Terra, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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