Morte de dono coloca em xeque investimentos da Red Bull em marketing esportivo

Red Bull Bragantino é um dos investimentos de marca de energético no esporte – Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

A morte do empresário Dietrich Mateschitz, aos 78 anos, no último dia 22, vítima de câncer no pâncreas, coloca em xeque os investimentos da Red Bull no esporte. Fundador da fábrica de energéticos mais famosa do mundo e homem mais rico da Áustria (patrimônio de € 26 bilhões), Mateschitz promoveu o crescimento da marca ao vinculá-la fortemente ao marketing esportivo em modalidades como futebol, automobilismo e esportes radicais.

Uma potência hoje no mercado de bebidas, a Red Bull fatura anualmente € 8 bilhões. Essa arrecadação fez a empresa investir em dois times que se tornaram potências em seus países e disputam a badalada Champions League: RB Leipzig, na Alemanha, e Red Bull Salzburg, na Áustria. No Brasil, a empresa adquiriu, em 2019, o Bragantino, que passou a ostentar Red Bull em seu nome oficial.

Futebol

Os investimentos no futebol alemão são altos. Pelos naming rights do estádio do RB Leipzig a Red Bull paga, por ano, € 40 milhões. Em passado recente, a Red Bull concedeu empréstimos de € 200 milhões para a aquisição de jogadores, no que foi criticada por rivais da Bundesliga, como o Eintracht Frankfurt, sem a mesma capacidade financeira.

A dívida atualmente foi reduzida para € 56 milhões. O segredo para isso foi a classificação para a rentável Champions League e o modelo bem-sucedido de venda de jogadores. Em 2020/2021, a equipe de Leipzig faturou € 370 milhões, € 30 milhões a mais do que o Borussia Dortmund.

No Brasil, sob os investimentos da multinacional austríaca, o Red Bull Bragantino já conquistou um título da Série B do Brasileirão (2019), além de ter sido finalista da Copa Sul-Americana em 2021, perdendo a final para o Athletico. Neste ano, a equipe de Bragança Paulista estreou na Libertadores, mas fez campanha vexatória. Ficou em último lugar no Grupo C, com só uma vitória em seis jogos e acabou eliminada.

Fórmula 1

Em 2004, a empresa decidiu entrar na Fórmula 1 de uma maneira diferente: comprou a Jaguar, que transformou em equipe Red Bull. No ano seguinte, a fábrica de energéticos adquiriu a Minardi e mudou seu nome para Toro Rosso para ser uma espécie de segundo time da marca. Em 2020, nova alteração de nome, dessa vez para Alpha Tauri.

Na F1, a escuderia é atual bicampeã do Mundial de Pilotos com o holandês Max Verstappen. Também conquistou cinco títulos do Mundial de Construtores (2010, 2011, 2012, 2013 e 2022).

Sucessão

Nos últimos anos, o filho de Mateschitz, Mark, de 29 anos, foi escolhido pelo pai como seu sucessor. No entanto, precisou da concordância da família Yoovidhya, que possui 51% das ações da empresa.

Mateschitz fundou a Red Bull em sociedade com o empresário tailandês Chaleo Yoovidhya depois de descobrir casualmente sua bebida, em meados da década de 1980, em Hong Kong. A partir daí, recebeu autorização para gerir a empresa como quisesse, mas ficou com participação minoritária de 49% no negócio.

Nos bastidores, fala-se que a família Yoovidhya reivindica, há algum tempo, peso maior nas decisões da companhia. É uma incógnita se o clã compartilha o mesmo entusiasmo do patriarca dos Mateschitz por F1, futebol e esportes radicais.

Mas, segundo o site The Athletic, mesmo que Mark ascenda ao “trono de alumínio” não há certeza de que a Red Bull continuará despendendo tanto dinheiro em patrocínios esportivos. Atualmente, a companhia gasta cerca de € 1,6 bilhão em marketing esportivo, sendo que € 320 milhões são gastos para apoiar atletas e equipes.

Mesmo que a Red Bull tenha conquistado o Mundial de Pilotos e Construtores da F1 deste ano e a empresa tenha visto o RB Leipzig garantido nos mata-matas da Champions League, o futuro desses investimentos neste momento é incerto.

Fonte: Máquina do Esporte

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