Dança dos bytes: A harmonia da inteligência artificial na evolução do esporte

No palco da modernidade, onde pixels e paixões se entrelaçam, o esporte reinventa-se no ritmo da inteligência artificial (IA). Essa narrativa, ecoando vozes jovens e inovadoras, desdobra-se não apenas em campos e quadras, mas também no éter digital, onde cada clique e swipe são compassos dessa dança tecnológica.

Desde os primórdios, o esporte tem sido um espelho das sociedades, refletindo triunfos e desafios. Como na Grécia Antiga, onde o físico e o filosófico se encontravam nas Olimpíadas, hoje, a IA tornou-se a nova Pítia, oráculo da era digital, profetizando e moldando o futuro desportivo.

O esporte é uma paixão universal, que une pessoas de todas as idades, origens e culturas. Mas, à medida em que o mundo se torna cada vez mais digital, o esporte também está passando por uma transformação. A inteligência artificial está desempenhando um papel cada vez mais importante no esporte, desde a análise de dados para melhorar o desempenho dos atletas até a criação de novas experiências para os fãs.

Mas os hábitos de consumo do (e no) esporte estão mudando com a entrada de uma nova geração no mercado. Nós conhecemos e nos acostumamos com os Millennials, aqueles que nasceram entre 1981 e 1996, tidos como uma geração de grandes fãs de esporte: praticam, consomem e assistem em grandes doses. A sua chegada à idade adulta nos idos de 2010 coincidiu com um crescimento exponencial da indústria esportiva. Nos EUA e no Canadá, o valor do mercado esportivo subiu de US$ 49,9 biilhões para US$ 71,1 bilhões em apenas oito anos (crescimento de 40% de 2010 a 2018), segundo a PwC. Crescimento impulsionado por contratos de televisão (broadcasting) e patrocínio, que mostram força ainda hoje.

Mas a má notícia é que a Geração Z, a próxima onda de consumidores, é muito diferente.

Jovens vindos ao mundo na alvorada do milênio são os protagonistas desse novo capítulo. Nascidos entre 1997 e 2012, eles são a primeira geração que cresceu totalmente imersa na tecnologia. São nativos digitais, que usam smartphones, tablets e computadores para tudo, desde se comunicar com amigos e familiares até consumir conteúdo. Eles não apenas assistem ao espetáculo esportivo, mas também o dirigem, com suas telas sendo tanto janelas quanto espelhos de suas almas digitais. Para eles, o esporte se desenrola em ondas de wi-fi, em partidas transmitidas via streaming, tão reais quanto as jogadas nos gramados.

Essa geração também é muito exigente em relação às experiências que recebe. Eles querem ser envolvidos e interativos, e esperam que o esporte seja mais do que apenas assistir a um jogo. Neste cenário, os números falam alto e, somente nos EUA, essa geração tem um poder de compra na casa dos US$ 140 bilhões, segundo a Bloomblerg (2019). Dólares que são agora influenciados por um novo tipo de jogador, a IA, com suas estratégias algorítmicas e previsões baseadas em dados.

Se os Millennials são amantes do esporte em suas três formas (prática, consumo e audiência), o mesmo não podemos falar dessa nova geração. 80% deles preferem assistir a esportes ao vivo em qualquer lugar, usando seus telefones e outros dispositivos, em vez de assisti-los em um estádio ou até mesmo em casa. O motivo? Porque é mais cômodo/conveniente (Talker, 2023).

Como reflexo, o mesmo estudo mostrou que o amor pelo esporte está diminuindo. Se os Millennials eram amantes incondicionais do esporte, agora apenas 58% afirmam gostar de esporte. Além disso, cerca de 74% da Geração Z consome a maior parte do seu conteúdo esportivo a partir das redes sociais, mais do que qualquer outra geração analisada.

Com isso, o desafio de lidar com esse novo mercado é profundo e complexo. Como capturar a atenção da Geração Z, esses jovens que se movem no ritmo frenético das redes sociais e que buscam imersão e interatividade? Como a IA, essa sinfonia de códigos e algoritmos pode compor uma experiência esportiva que ressoe com suas frequências digitais? Como lidar com uma geração que pula de uma tela para outra em questão de minutos e cresceu acostumada a programas de curta duração?

A resposta jaz na personalização, na criação de experiências que transcendam o convencional. Imagine, por exemplo, um jogo de futebol em que cada jogada e cada gol não são apenas assistidos, mas sentidos e vividos por intermédio de realidades aumentadas, em que cada torcedor é um jogador no campo virtual. A IA, nesse contexto, não é apenas uma ferramenta, mas uma artista, pintando um futuro em que esporte e tecnologia dançam em uma harmonia perfeita.

A resposta do mercado esportivo me parece óbvia: devemos abraçar essas mudanças e integrar a tecnologia de maneira que enriqueça a experiência esportiva. Isso significa ir além de simplesmente transmitir jogos on-line. Envolve a criação de um ecossistema digital em que os fãs não apenas assistem, mas participam, influenciam e interagem com o esporte de maneiras que antes eram possíveis apenas na imaginação.

Se você gosta do tema, acompanhe @fleurysportmkt nas redes sociais ou fernandofleury no LinkedIn, pois falaremos mais sobre isso ao longo do mês.

Fernando Fleury é CEO da Armatore Market+Science, PhD em Comportamento do Consumo e trabalha com inovação e tecnologia para criar novos modelos de negócios para a indústria com a construção de soluções avançadas e modelos preditivos usando inteligência artificial, aprendizado de máquina e ciência de dados para entender o ciclo de vida dos produtos, criar novos produtos e identificar e rastrear clusters a fim de aumentar a receita, o público e o envolvimento dos fãs. Ele escreve mensalmente na Máquina do Esporte

Fonte: Máquina do Esporte

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