Lula manda recado aos argentinos mesmo reconhecendo que não pode opinar sobre eleição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou um recado aos argentinos a cinco dias da eleição presidencial que pode mudar os rumos da relação entre os dois países no futuro. Os “hermanos” vão às urnas no domingo (19) para decidir, em segundo turno, quem vai governar o país pelos próximos quatro anos – a disputa está entre o candidato governista, Sergio Massa, que é amigo de Lula, e o economista libertário Javier Milei.

Lula disse que tem uma relação de amizade com a Argentina e que o país “precisa ter um presidente que respeita a democracia, as instituições e o Mercosul”. Apesar do recado, ele mesmo reconheceu que não pode opinar sobre a eleição no país vizinho.

“Eu não posso falar de eleição na Argentina,
porque é um direito soberano do povo argentino. Mas eu queria pedir que vocês
lembrem de que o Brasil precisa da Argentina e de que a Argentina precisa do
Brasil”, disse Lula nesta terça (14) durante a live semanal “Conversa com o
Presidente”.

O pedido para os argentinos foi dado em meio a uma das promessas de Milei se for eleito, de que vai tirar o país do Mercosul e passar a negociar diretamente com outros países. Mais recentemente, ele também afirmou que não pretende conversar com Lula.

Lula ressaltou durante a live que teve uma
convivência próxima com alguns dos últimos presidentes argentinos, como o casal
Néstor e Cristina Kirchner, e que lembra da relação que o ex-presidente José
Sarney teve com o homólogo Raúl Alfonsin, na década de 1980.

Ele relatou, ainda, a relação comercial entre o
Brasil e a Argentina durante os seus dois primeiros mandatos, passando de US$ 7
bilhões para US$ 39 bilhões no final de 2010.

“Nós precisamos estar juntos sem divergência. Quando a gente tiver divergência, senta numa mesa, negocia e acaba com a divergência. Foi assim que eu convivi com a Argentina até agora”, disse ressaltando que ambos os países são os maiores parceiros comerciais da América do Sul.

O presidente ainda relatou que negociações
feitas em bloco de países são mais vantajosas do que individuais, e que o mundo
“está dividido em blocos”. “Precisamos criar o nosso bloco para negociar comercialmente
com o resto do mundo. Podemos fazer um acordo da América do Sul com a China,
com a União Europeia, com os Estados Unidos”, explicou Lula.

“Juntos nós seremos fortes, separados seremos fracos. É isso que eu queria que você pensasse na hora de votar”, completou.

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