Biópsia inovadora para detecção de câncer de próstata se populariza no Brasil

Médicos brasileiros vêm estudando novos métodos para detectar câncer de próstata: é a biópsia transperineal, cuja principal vantagem é um risco menor de infecções por conta do exame. Mais difundido na Europa, ele envolve a inserção da agulha pelo períneo, por onde são coletadas amostras de toda a próstata para investigação.

Carlos Watanabe e Davi Constantin, urologistas brasileiros que fazem uso da técnica, foram à Dinamarca para ver de perto as novidades no diagnóstico e seus procedimentos: no país, é utilizada a anestesia local, por exemplo. “No Brasil, é usada a anestesia geral, que deixa a operação mais cara”: o comentário é de Constantin, que aplica a técnica por aqui desde 2019 e deve adotar a anestesia local em janeiro.

Melhorias no diagnóstico

Trabalhando no Hospital Sírio Libanês em Brasília, Watanabe também aproveitou a análise dos procedimentos europeus, comentando que, no Brasil, já combinamos ressonância magnética com ultrassom, possibilitando resultados muito mais precisos. A biópsia da transperineal tem um risco praticamente zerado de passar bactérias do reto até a próstata: em comparação com a biópsia retal, a redução é de 95% nas chances de complicação, ficando em 0,1%.

A importância do avanço é muito importante para os pacientes: detectar câncer de próstata no início da doença consegue aumentar as chances de cura em 90%. Entre as opções para tratamento, a cirurgia é uma das melhores, conseguindo resultados definitivos. Ela pode ser feita abrindo a área abaixo do umbigo, mais tradicional, ou por laparoscopia e, por fim, por cirurgia robótica. Há, ainda, a opção da radioterapia.

Cirurgia, prevenção e tratamento

Os especialistas preferem, idealmente, a cirurgia robótica, que traz o movimento das pinças, mais preciso que o da mão humana. No procedimento, as estruturas corporais ficam melhor preservadas, garantindo a continência urinária e a potência sexual de forma mais eficiente. A única desvantagem seria o preço: a videolaparoscopia é uma opção mais barata, e ainda se mantém minimamente invasiva.

Recomenda-se aos homens que comecem os exames preventivos aos 50 anos, o que permite um diagnóstico precoce. No caso de grupos de risco, como afrodescendentes ou que têm casos de câncer de próstata na família, a recomendação desce para 45 anos. Biópsias como a que comentamos são pedidas pelo médico quando há suspeita após exame de sangue e toque retal. Após ressonância magnética e constatação de nódulo na imagem, é solicitada a biópsia.

O câncer de próstata, de acordo com o Ministério da Saúde, é a segunda doença maligna mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele em números — também é o segundo câncer que mais leva a óbito, abaixo apenas do de pulmão. Entre os anos de 2019 e 2021, foram mais de 47 mil mortes em decorrência de tumores desse tipo. A alta incidência levou à criação do Novembro Azul, campanha de conscientização dos homens para prevenção da doença.

Fonte: O Dia

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