Apoiadores de Trump estariam compartilhando imagens falsas para influenciar eleitores negros

Apoiadores de Donald Trump vêm criando e compartilhando imagens falsas geradas por inteligência artificial (IA) de eleitores negros para incentivar afro-americanos a votarem no Partido Republicano.

A BBC descobriu dezenas de deepfakes retratando pessoas negras apoiando o ex-presidente. Não há evidências que ligam diretamente essas imagens à campanha de Trump.

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Imagem: Reprodução/BBC

Por meio de seu co-fundador, Cliff Albright, o grupo Black Voters Matter, que incentiva afro-americanos a votarem, afirmou que as imagens manipuladas estão propagando “narrativa estratégica” para mostrar Trump como popular na comunidade negra.

Diferentemente de 2016, quando houve evidências de campanhas de influência estrangeira, as imagens geradas por IA encontradas pela BBC parecem ter sido feitas e compartilhadas por eleitores dos EUA.

Um dos responsáveis por criar as imagens falsas afirmou à BBC que “não estou afirmando que [a imagem] é precisa”.

Trump e seus apoiadores a favor da desinformação

  • As imagens geradas por IA de apoiadores negros de Trump são uma das tendências emergentes de desinformação antes das eleições presidenciais dos EUA em novembro;
  • Mas, diferente de 2016, até o momento, não há informações que indiquem participação estrangeira na geração das deepfakes;
  • Mark Kaye, apresentador de programa de rádio conservador na Flórida, criou e compartilhou imagem de Trump com mulheres negras, dando a impressão de que essas pessoas apoiam a candidatura do ex-presidente;
  • Ele afirmou que “não sou um fotojornalista” e “Não estou aqui para tirar fotos do que está acontecendo. Sou um contador de histórias”;
  • Albright afirmou ainda que houve ressurgimento de táticas de desinformação direcionadas à comunidade negra, especialmente aos jovens eleitores negros;
  • As imagens falsas são consistentes com narrativa estratégica impulsionada por conservadores para conquistar votos da comunidade negra.

Não estou afirmando que seja preciso. Não estou dizendo: ‘Ei, olhe, Donald Trump estava nesta festa com todos esses eleitores afro-americanos. Veja o quanto eles o amam!

Mark Kaye, apresentador de programa de rádio conservador na Flórida, em postagem no Facebook

Imagem: Reprodução/BBC

Se alguém vota de uma forma ou de outra por causa de uma foto que vê em uma página do Facebook, isso é um problema dessa pessoa, não da postagem em si.

Mark Kaye, apresentador de programa de rádio conservador na Flórida, em postagem no Facebook

Ameaça à democracia

As táticas de desinformação nas eleições presidenciais dos EUA evoluíram desde 2016, com foco na desinformação interna em 2020 e possível combinação de operações de influência internas e estrangeiras em 2024.

A confusão criada pelas imagens falsas geradas por IA abre novas oportunidades para governos estrangeiros manipularem eleições.

Qualquer pessoa que tenha audiência substancial em 2024 precisa começar a pensar: como faço para examinar qualquer coisa que seja enviada para mim? Como posso ter certeza de que não me tornarei parte involuntariamente de algum tipo de operação de influência estrangeira? A melhor aposta que eles têm é tentar transmitir [seu conteúdo] por meio de um influenciador. É qualquer pessoa que tenha um grande público nas redes sociais.

Ben Nimmo, ex-responsável por combater operações de influência estrangeira na Meta, à BBC

Usuários e plataformas de mídia social estão cada vez mais capazes de identificar contas automatizadas falsas. Então, as operações tentam cooptar pessoas reais para aumentar o alcance de informações divisivas ou enganosas.

Líderes políticos e empresas de redes sociais têm destacado os riscos do conteúdo gerado por IA e adotaram medidas para combater possíveis operações de influência.

Houve tentativas documentadas de direcionar novamente a desinformação às comunidades negras, especialmente aos eleitores negros mais jovens.

Cliff Albright, co-fundador do Black Voters Matter, à BBC

Fonte: Olhar Digital

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