Alemanha reúne aliados para requerer mudanças sobre o banimento de carros a combustão na UE

Após reunião entre os ministros dos transportes de vários países da UE na segunda-feira (13), a Alemanha formou aliança com a Itália e outros territórios na Europa Oriental em oposição à proibição proposta pela comissão de carros a combustão até 2035 até que isenções sejam adicionadas para veículos movidos inteiramente por carbono neutro e-combustíveis.

Ao longo de 2022, o Parlamento Europeu, a comissão e os membros da UE trabalharam durante meses de negociações antes de finalmente concordar em promulgar lei inovadora para proibir a venda de novos veículos a combustão na UE até 2035. Em outubro passado, a proibição havia sido aprovada pelos 27 estados-membros da UE, incluindo a Alemanha.

Leia mais:

Na semana passada, antes da votação final para formalizar a proibição da combustão em lei, Berlim e o ministro dos transportes, Volker Wissing, repentinamente se destacaram, rescindindo o voto de confiança da Alemanha, afirmando que outras mudanças relacionadas aos combustíveis eletrônicos eram necessárias primeiro.

Wissing argumentou que a orientação sobre o uso de combustíveis neutros em carbono permaneceu obscura, exigindo isenções para veículos movidos inteiramente a combustíveis eletrônicos.

Montadoras alemãs, como a Porsche, apoiaram o sentimento do partido governamental pró-negócios da Alemanha, liderado pelo chanceler Olaf Scholz. Como resultado, a Comissão da UE adiou a votação final, pois a chancela da Alemanha seria necessária.

Naquela época, a Alemanha permanecia otimista de que um acordo poderia ser feito, desde que essas inclusões de veículos movidos a combustível fossem adicionadas.

Nesta segunda-feira (13), a UE parecia pronta para subir à mesa de negociações, afirmando que continuaria adiando a votação final enquanto trabalhava para adicionar isenções de combustível neutro em carbono, embora o que e como permaneçam incertos e possam permanecer assim por bastante tempo.

Após a reunião entre vários estados-membros da UE, as demandas da Alemanha foram reforçadas por vários outros países se manifestando a favor de isenções de combustível eletrônico, incluindo a Itália – casa da Ferrari, outra montadora que considera injusta a proibição da combustão em sua iteração atual.

Alemanha exige “mudanças urgentes” na proibição de carros a combustão

De acordo com o Automotive News Europe, os ministros dos transportes de Alemanha, República Tcheca, Hungria, Itália, Polônia, Romênia e Eslováquia se reuniram na segunda-feira (13) para discutir quais mudanças gostariam de ver na proibição de carros a combustão da União Europeia em 2035.

Após a reunião, o ministro alemão e agora líder da oposição à proibição, Wissing, afirmou que República Tcheca, Polônia, Itália e outros compartilham a preocupação de Berlim sobre a proibição da combustão e a falta de orientação necessária para veículos movidos a combustível eletrônico.

Wissing continuou dizendo que “a proposta precisa de mudanças urgentemente”, e que o governo alemão está em negociações com Bruxelas para encontrar solução rápida.

O tempo necessário para aprovar quaisquer regulamentos revisados para a proibição de combustão em Bruxelas pode durar até 2024, e há chance de os estados-membros não verem outra votação sobre a proibição até depois das eleições da UE no próximo ano.

Isso deixa o potencial para os atuais legisladores da UE desenvolverem proibição revisada, possivelmente deixando outros encarregados de levar a proibição a uma votação final em uma data posterior.

Wissing afirmou que a Alemanha e seus novos membros da aliança querem ver veículos movidos apenas a combustíveis eletrônicos, isentos da proibição de combustão, o que poderia oferecer alternativa aos veículos elétricos a bateria.

Os críticos dizem que, uma vez que os e-fuels operam de forma semelhante aos carros a gasolina e a diesel, eles são extremamente ineficientes e um desperdício de energia renovável.

Outras entidades do segmento automotivo temem que a adição de isenções de combustível eletrônico também possa criar incerteza regulatória na UE.

Não queremos parar as coisas, nem queremos que elas falhem no final. Queremos que o regulamento seja bem-sucedido – precisamos de neutralidade climática – mas temos que permanecer abertos à tecnologia, qualquer outra coisa não é boa opção para a Europa.

Volker Wissing, ministro dos Transportes da Alemanha

O ministro fala em nome de um país cuja indústria automotiva emprega atualmente mais de 800 mil pessoas e contribui para o maior segmento de sua economia, arrecadando aproximadamente US$ 440 bilhões por ano.

Além disso, as montadoras alemãs Volkswagen e Porsche investiram dinheiro na pesquisa e desenvolvimento de combustíveis eletrônicos como alternativa aos BEVs.

Outra subsidiária do Grupo VW, a Audi, por outro lado, se manifestou contra a votação adiada, expressando ainda mais seu compromisso de se tornar totalmente elétrica nesta década.

As negociações estão em andamento entre a aliança pro-e-fuel e a Comissão da UE, mas as conversas podem ser adiadas, pois o parlamento deve se reagrupar e buscar aprovações para quaisquer revisões da proibição da combustão.

O ano de 2035 continua sendo prazo crucial para as novas vendas de combustão na Europa, já que a UE pretende atingir emissões zero até 2050, com base na vida útil média de 15 anos para veículos de combustão novos.

Com informações de Electrek

Imagem destacada: Shutterstock

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Fonte: Olhar Digital

Mostre mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor desativar seu adblock para continuar!