Em um novo estudo, uma equipe de cientistas conseguiu identificar alterações cerebrais de pacientes que sofrem de enxaqueca. Os resultados serão apresentados no próximo congresso da Radiological Society of North America (RSNA).
Basicamente, o artigo relacionou a enxaqueca crônica a mudanças significativas nos espaços perivasculares de uma região do cérebro chamada centro semioval, localizada nos hemisférios cerebrais, logo acima do corpo caloso. Esses espaços perivasculares são cheios de líquido que envolvem os vasos sanguíneos no cérebro, e costumam ficar localizados nos gânglios da base e na substância branca do órgão.
Conforme sugere o estudo, os espaços perivasculares são afetados por vários fatores, incluindo anormalidades na barreira hematoencefálica e inflamações de modo geral, e podem indicar doença subjacente de pequenos vasos.
“Os espaços perivasculares fazem parte de um sistema de depuração de fluidos no cérebro. Estudar como eles contribuem para a enxaqueca pode nos ajudar a entender melhor as complexidades de como ocorrem as enxaquecas”, garantem os especialistas.
Os pesquisadores analisaram o caso de dez pacientes com enxaqueca crônica, e calcularam os espaços perivasculares aumentados no centro semioval (área central da substância branca) e nas áreas dos gânglios da base do cérebro.
O estudo permitiu concluir que o número de espaços perivasculares aumentados nessa região do cérebro foi significativamente maior em pacientes com enxaqueca em comparação com os outros participantes do estudo (que não tinham a doença). Além disso, a quantidade aumentada de espaço perivascular no centro semioval está diretamente relacionada com a gravidade da hiperintensidade da substância branca profunda em pacientes com enxaqueca.
Fonte: Science blog