Estrela recebe pelo menos nove "mordidas" de buraco negro em galáxia

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Uma estrela semelhante ao Sol foi “mordida” por um buraco negro em uma galáxia próxima, localizada a cerca de 500 milhões de anos-luz de distância, e emitiu sinais de raios X. O evento comprovou aos astrônomos que o tipo de objetos envolvidos em fenômenos como este determina qual será a radiação emitida.

Foi com o telescópio espacial Swift, da NASA, que os cientistas liderados por Phil Evans, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, descobriram o sistema formado pelo buraco negro e a estrela. O nome atribuído à dupla é Swift J023017.0+283603, abreviado para Swift J0230.

A descoberta foi possível graças a um novo programa de pesquisa automatizada desenvolvida por Evans, chamado Swift X-ray Transient Detector. Ele permite que o Swift observe uma parte do céu e envie dados para comparação com suas imagens anteriores do mesmo local.

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O método detectou automaticamente um local do espaço onde as emissões de raios X mudaram repentinamente e enviou um alerta para os cientistas. Nesse ponto, foi hora da equipe assumir o trabalho no lugar do algorítimo: eles analisaram os dados e encontraram o evento de perturbação de marés, que ocorre quando uma estrela é capturada por um buraco negro.

Segundo a equipe de Evans, o Swift J0230 é uma perturbação de marés repetida, ou seja, a estrela foi mordiscada pelo menos nove vezes pelo buraco negro, em intervalos de algumas semanas. O mais curioso, no entanto, é que em nenhuma das ocasiões houve emissões de ultravioleta — ao contrário de outros eventos semelhantes.

A estrela do Swift J0230 orbita um buraco negro com mais de 200.000 vezes a massa do Sol, perdendo material equivalente a três massas terrestres cada vez que se aproxima o suficiente. Se as características dos sistemas estrela-buraco negro determinam o tipo de radiação emitida pela perturbação de marés, o Swift J0230 parece ser um ótimo exemplo para descobrir por quê isso acontece.

Isso também significa que os astrônomos podem desenvolver um modelo mais completo, determinando a relação entre a radiação emitida (raios X, ultravioleta, rádio, etc) e as características (como tamanho e massa) dos objetos.

Para isso, vai ser necessário mais observações, o que pode ocorrer em breve. Segundo o estudo, “o fato de este evento ter sido encontrado 3 meses após a ativação desta pesquisa em tempo real sugere que eles são razoavelmente comuns, e podemos esperar descobrir mais objetos desta classe com instrumentos de raios X sensíveis”.

O artigo da descoberta foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy, NASA

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