A Hellion Energy anunciou recentemente que planeja produzir energia elétrica a partir da fusão nuclear até 2028. A meta é ambiciosa e encurta muito o tempo do cronograma de alguns cientistas que acreditam que isso só será possível a partir da década de 2030. No entanto, a empresa parece estar disposta a encarar esses desafios.
- A Hellion Energy também anunciou que pretende apresentar o projeto de gerador, o Polaris, até o final do ano;
- A empresa Nucar, a maior siderúrgica dos Estados Unidos, também já foi contratada para construir a usina de fusão até 2030;
- As loucuras da Hellion Energy também incluem um contrato com a Microsoft, onde ela se comprometeu a fornecer energia de fusão para a gigante da tecnologia até 2028. Se isso não acontecer, ela pagará uma multa.
Se a empresa conseguir tornar seus planos reais, ela irá revolucionar a humanidade. Em resposta à Folha, Gianluca Sarri, especialista em física de plasma e lasers da Queen’s University apontou que a tecnologia de fusão nuclear é uma fonte de energia limpa, renovável, e virtualmente inesgotável, representando uma transição semelhante à revolução industrial de 1800.
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Desafios a serem enfrentados pela Hellion Energy
O grande desafio da produção de energia a partir da fusão nuclear são os obstáculos tecnológicos a serem superados. Por exemplo, para a energia ser produzida, é preciso que os átomos de hidrogênio colidam em altíssima velocidade, além disso, a enorme quantidade de energia produzida a partir do processo precisa ser convertida em eletricidade e depois levada até a rede. Alguns cientistas acreditam que isso deve acontecer a longo prazo e não tão cedo como propõe a Hellion Energy.
Para Pablo Rodriguez-Fernandez, cientista do Centro de Ciências do Plasma e Fusão do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), os planos da empresa são meio irreais. Em resposta à Folha, ele apontou que a expectativa é que até 2030, a humanidade desenvolva as bases para as usinas de energia de fusão. Na década de 2030 é quando elas serão construídas, e apenas a partir de 2040 a energia produzida passaria a ser comercializada.
No entanto, Sam Altman, principal investidor e presidente do conselho da Hellion Energy, e também a mente por trás da Open AI e do Chat GPT, não pretende deixar que faltem investimentos para que os objetivos da empresa se concretizem. Em fala durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos em 2024, ele apontou ser preciso um salto da tecnologia energética para acontecer avanços no campo da inteligência artificial, o que incentiva mais investimentos na fusão nuclear.
Fonte: Olhar Digital