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Em júri, ex-guarda pede perdão: “Aos familiares e corporação que manchei o nome”

Valtenir Pereira pediu desculpas durante julgamento. (Foto: Henrique Kawaminami)
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Na época, ainda guarda municipal, Valtenir Pereira matou ex-namorada, o amigo dela, e ainda feriu outra jovem

Valtenir Pereira pediu desculpas durante julgamento. (Foto: Henrique Kawaminami)
Valtenir Pereira pediu desculpas durante julgamento. (Foto: Henrique Kawaminami)

Julgado por dois assassinatos e uma tentativa de homicídio, o ex-guarda municipal, Valtenir Pereira da Silva, pediu desculpas durante seu interrogatório na manhã desta quinta-feira (5), no plenário do Tribunal do Júri. “Aos familiares da Maxelline, aos meus familiares que decepcionei tanto e a corporação que eu manchei o nome”.

Valtenir Pereira da Silva, que pertencia a GCM (Guarda Civil Metropolitana), é réu por matar a tiros a ex-namorada, professora Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos, o amigo dela, Steferson Batista de Souza, 32, e ferir Camila Telis Bispo. O crime ocorreu no dia 29 de fevereiro de 2020.

O julgamento de hoje é acompanhado pelos familiares das vítimas e começou às 8 horas com o depoimento de Camila, amiga de Maxelline e sobrevivente do atentado. Depois foram ouvidos: Vilmar Amorim Suriano, amigo de Steferson que presenciou o crime, e também um guarda que conhecia Valtenir. O réu foi o último a prestar depoimento.

Valtenir ao ver imagem da cena de crime. Familiares choraram nesse momento. (Foto: Henrique Kawaminami)
Valtenir ao ver imagem da cena de crime. Familiares choraram nesse momento. (Foto: Henrique Kawaminami)

O que Valtenir disse no júri – Mesmo com vários relatos de que Valtenir estava separado de Maxelline e que havia uma medida protetiva em vigor, o ex-guarda afirma que o casal havia reatado e estava junto à época dos fatos. “A gente reatou dois ou três dias depois da medida protetiva. Passamos dias juntos, saímos, fomos para o Carnaval”, afirma.

No dia do crime, Valtenir alega que havia combinado de sair com Maxelline depois que ela deixasse a casa da amiga Camila, no Loteamento Nova Serrana, localizado na região do Jardim Noroeste. “Combinamos de se encontrar para sair, mas ela não atendia e fui atrás. Fiquei preocupado com ela bebendo e depois pegar a BR de moto”.

Réu enquanto era ouvido pelo juiz no plenário na manhã desta quinta-feira (5). (Foto: Henrique Kawaminami)
Réu enquanto era ouvido pelo juiz no plenário na manhã desta quinta-feira (5). (Foto: Henrique Kawaminami)

Quando chegou na casa de Camila, afirma que conversaram por aproximadamente 50 minutos. “Discutimos sem levantar tom de voz nem nada, só fui lá para ver o que estava acontecendo e acabou se transformando no que se transformou”.

Ao juiz Carlos Alberto Garcete, Valtenir diz que no local haviam três casais. “Não lembro muito bem porque me exaltei, não sei explicar para o senhor o que me levou a fazer isso, não sei explicar com exatidão”. Nesse momento, o juiz perguntou se o fato de ter três casais o incomodou. Ele respondeu que sim. “Fiquei enciumado, procurei manter a calma por bastante tempo, não entendia porque ela tinha voltado a relação comigo e estava naquela situação lá”, alega.

Durante a conversa com Maxelline, Camila relatou que teria ido até o casal, preocupada e pedindo que a amiga se entendesse naquele momento. “A Camila ia de cinco em cinco minutos, ia e voltava”, disse o réu. Nesse momento, Valtenir disse no plenário que se incomodou “um pouco” com isso. “Queria puxar ela [Camila], a Maxelline não queria ir, me empurrava e puxava a Maxelline”.

Valtenir alega que foi o momento em que Camila chamou Steferson. “Ele era mais forte que eu, então saquei a arma, mas não com intenção de atirar, mas com a intenção dele recuar. Provavelmente ele vinha para cima de mim, pedi para ele se afastar, ele continuou vindo para cima de mim”, afirma. O ex-guarda alega que atirou a esmo e não lembra da sequência. “Depois só lembro de dentro do carro eu olhar e ver ela no chão”.

Ao final do depoimento, Valtenir pediu desculpas. “Externar minha tristeza. Em toda minha vida nunca fui uma pessoa violenta ou agressiva, até então a minha vida pessoal e profissional sempre foi correta. Gostaria muito do perdão das pessoas que feri ou decepcionei, que tinham até então uma imagem de mim e acabei decepcionando a todos. Tenho cinco filhos e o que eu quero passar para eles é que recuperem a imagem que eles tinham, do pai de antes, e não essa de agora”.

Valtenir também afirmou que está arrependido e tem vergonha. “Peço desculpa a todos, a toda sociedade, aos familiares da Maxelline, aos meus familiares que decepcionei tanto e a corporação que eu manchei o nome. Me arrependi desde o primeiro momento do que eu fiz, não tenho orgulho nenhum de falar, muito pelo contrário, tenho vergonha”, finalizou.

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