Economia criativa: X enfrenta impasse na monetização de criadores de conteúdo

Dois meses após adquirir o Twitter, agora renomeado para X, Elon Musk entrou em uma videoconferência com um grupo seleto de criadores de conteúdo, buscando orientações para aprimorar a plataforma em seu favor e compreender os mecanismos através dos quais o YouTube se tornou atraente para esse público.

Na ocasião, o podcaster Samir Chaudry destacou a eficácia do sistema de monetização do YouTube, baseado na partilha de receitas publicitárias com seus criadores, segundo The Wall Street Journal.

Passado mais de um ano desde esse encontro, Chaudry observa que a estratégia da X para engajar criadores ainda carece de clareza. “É necessário que nos mostrem um caminho para construir um negócio na plataforma”, afirmou.

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X não é a preferida dos influenciadores

Musk, na tentativa de tornar a X uma rival à altura de plataformas como YouTube, TikTok e Instagram, prometeu remunerações significativas aos criadores, culminando no lançamento de um programa de compartilhamento de receitas publicitárias.

Monetização
Imagem: Marko Aliaksandr / Shutterstock

Contudo, a X ainda não conseguiu se equiparar a gigantes em termos de preferência dos criadores, conforme indicam pesquisas e entrevistas. Desafios como a inconsistência dos pagamentos e preocupações quanto à viabilidade do modelo de negócios publicitário da X são apontados como obstáculos para a atração e fidelização de criadores na plataforma.

Apesar de alguns nichos, como o de notícias financeiras, encontrarem sucesso na X, a maioria dos criadores percebe que a plataforma ainda tem um longo caminho pela frente para se tornar uma fonte de receita significativa.

“Todos nós ainda a usamos todos os dias”, disse Chaudry, ressaltando a importância de entender o “caminho para o sucesso” para quem deseja postar conteúdo original na X.

Sob a liderança de Musk e da CEO Linda Yaccarino, a X tem envidado esforços para se tornar mais atraente para os criadores, um movimento crucial para atrair não apenas anunciantes mas também audiências que possam reverter o declínio nos números de usuários diários e a cautela de grandes anunciantes diante das polêmicas envolvendo Musk.

Linda Yaccarino, CEO do X
Imagem: Anderson Nascimento/Shutterstock

Modelo de negócios é desafio para X

Apesar das dificuldades, a X reportou um aumento no tempo médio de uso por parte dos usuários ativos diários e anunciou que pagou mais de US$ 45 milhões a mais de 150 mil criadores desde o início de seu programa de compartilhamento de receitas publicitárias.

Em comparação, o YouTube, com seu Programa de Parceiros iniciado em 2007, afirma ter pago mais de US$ 70 bilhões nos últimos três anos a criadores, artistas e companhias de mídia.

A X continua a esforçar-se para recrutar grandes nomes e novos talentos, embora desafios permaneçam, como a necessidade de um modelo de negócios mais claro e consistente para os criadores. A plataforma também explora modelos alternativos, como a cobrança por conteúdos exclusivos, algo que já se mostrou bem-sucedido para alguns.

O mercado da economia criativa, estimado em US$ 480 bilhões até 2027, coloca as plataformas digitais em uma corrida constante para inovar e reter talentos. Contudo, a X, com suas peculiaridades e desafios, enfrenta um caminho complexo para se estabelecer como líder nesse ambiente competitivo.

A promessa e a busca por uma estratégia eficaz para engajar e monetizar o trabalho dos criadores de conteúdo permanecem como um capítulo em aberto na história da X sob a gestão de Elon Musk.

Fonte: Olhar Digital

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