É possível criar luz usando apenas a força da gravidade?

Condições extremas no universo primitivo podem ter sido tão extremas que a gravidade teria produzido luz. Não existe nenhum mecanismo que possa fazer isso após o fim da inflação cósmica, mas se isso for verdadeiro significa que o universo daquela época era mais exótico do que se pensava.

Na hipótese da inflação cósmica, o universo teve um período de expansão extraordinária em ritmo difícil de imaginar, antes do próprio Big Bang. O fim da inflação foi marcado pelo chamado “reaquecimento” do universo, responsável por possibilitar a formação da matéria, e por ondas gravitacionais.

Ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo causadas por eventos dramáticos no universo, tais como colisões entre objetos como estrelas de nêutrons e buracos negros. Elas são tão fracas que os cientistas precisam de detectores imensos para encontrá-las — e, ainda assim, detectamos apenas ondas em frequências bem específicas.

Recentemente, pesquisadores sugeriram que as ondas gravitacionais no final da inflação cósmica teriam sido muito mais fortes que qualquer outra. Tão fortes que a energia contida nelas teriam se convertido em radiação eletromagnética.

Assim, ao contrário do que é observado hoje, as ondas após a inflação poderiam criar padrões em que não viajavam, mas ficaram paradas no mesmo lugar, em todo o cosmos. Nos pontos onde elas eram mais fortes, haveria uma quantidade excepcionalmente maior de energia gravitacional.

Se essa hipótese estiver correta, o campo eletromagnético foi excitado o suficiente pelas regiões de intensa gravidade, com parte dessa energia gravitacional sendo liberada na forma de radiação eletromagnética. Em outras palavras, fótons foram criados “do nada”, apenas com a força de uma gravidade extrema no universo primitivo.

Claro, isso é muito especulativo e os físicos teóricos terão muito trabalho se quiserem comprovar uma ideia como essa, mas a recompensa pode ser grande: uma descoberta que mudaria consideravelmente o que sabemos sobre o início do universo.

Fonte: ScienceDirect; Universe Today

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