As imensas nuvens brancas de Júpiter são o destaque da NASA em seu site Astronomig Pictire of the Day, nessa terça-feira (23). Uma mancha branca colossal está cercada de redemoinhos que se estendem por todo campo de visão.
A imagem foi composta por Kevin M. Gill, engenheiro de software de dados científicos no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. Ele usou dados capturados pela sonda Juno durante o Perijove 26, ou seja, o sobrevoo da nave por Júpiter em abril de 2020.
Para criar essa composição que parece uma pintura impressionista, M. Gill mapeou o conjunto de dados em um modelo 3D com a forma de Júpiter e aplicou uma técnica de deslocamento vetorial. Esse método usa as variações de intensidade dos tons de cores para “empurrar” a superfície renderizada para dentro do modelo ou “puxar” para fora, a fim de dar maior realismo à tridimensionalidade dos redemoinhos.
Aqui, a técnica de deslocamento vetorial foi aplicada em função do brilho RGB das imagens da Juno. Confira o resultado:
O destaque fica para a grande forma oval branca giratória, mas os demais redemoinhos de nuvens espalhados por toda a parte também dão um espetáculo à parte. As nuvens de cores claras geralmente estão mais altas do que as nuvens escuras, e imagens como esta provam que a Grande Mancha Vermelha não é a única grande atração do gigante gasoso.
As tempestades de Júpiter
A atmosfera de Júpiter é um grande enigma para os astrônomos, pois é praticamente impossível observar os processos abaixo dessas camadas externas. Assim, pouco se sabe sobre a composição dessas nuvens, sobre os processos que geram tanta turbulância e como as tempestades são distribuídas em faixas coloridas bem distinguíveis, mesmo à distância.
Para decifrar esse mistério, os cientistas usam dados de luz visíveis, como os da sonda Juno, para conhecer bem as variações de formas, tamanhos e cores das tempestades. Isso por si já traz muitas curiosidades, como o dato dos ciclones girarem em sentido anti horário no hemisfério norte, mas em sentido horário no sul. Por outro lado, os anticiclones fazem justamente o oposto: giram em sentido horário no hemisfério norte e anti horário no sul.
A sonda Juno foi lançada em 2011 e desde então captura dados do planeta e suas luas. Sua missão principal já foi concluída, mas a NASA decidiu prolongar as investigações até 2025, no mínimo.