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Descontrolada, professora chama motorista de “nego” e vai presa por racismo

Viatura da Depac do Centro, unidade onde a racista foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami)
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Mulher começou a ofender o motorista depois que ele se negou a estacionar em um local proibido

Viatura da Depac do Centro, unidade onde a racista foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura da Depac do Centro, unidade onde a racista foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma professora, de 40 anos, foi presa na tarde desta sexta-feira (20) depois de dizer ofensas racistas contra um motorista de aplicativo, de 30 anos, na Capital. Autuada em flagrante pelo crime de racismo na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento do Centro), a mulher só vai poder deixar a prisão, se pagar fiança de R$ 1.212,00 – o equivalente a um salário mínimo.

Conforme o boletim de ocorrência sobre o caso era por volta das 15h20, quando a professora solicitou uma corrida em sua residência, na Rua das Paineiras, no Bairro Monte Castelo. O destino final era a escola onde a professora trabalha, no Bairro São Francisco.

A cliente pediu para que o motorista estacionasse o veículo na entrada de sua residência em um local proibido. Ele se negou, já que poderia ser multado e acabou sendo alvo de uma série de ofensas. A professora começou a chamar o motorista de “nego” em tom pejorativo.

De início, a vítima achou que a cliente estava fazendo uma brincadeira, mas os ataques continuaram. A mulher começou a gritar chamando o motorista de “nego” por diversas vezes e ao notar que estava sendo ignorada pelo trabalhador, perguntou se ele olharia para ela, caso ela “retirasse a roupa”.

A Polícia Militar então foi acionada pelo motorista e encaminhou a mulher para a delegacia. No local, ela ainda teria debochado do rapaz, dando risadas. Advogado da vítima, Thiago Araújo dos Santos, conta que o motorista teria ficado em choque, diante das ofensas gratuitas da cliente.

“Ele nunca havia sofrido racismo na vida dele. A situação pegou ele de surpresa, ele ficou espantado dentro do carro e em determinado momento, começou a chorar porque ela gritava na rua ‘nego, nego, nego, nego’ em tom de deboche”, comenta o defensor.

A professora foi autuada por discriminação ou preconceito por conta de raça, cor e etnia, que equivale ao racismo, mas deve ganhar liberdade após pagar a fiança. No entanto, Thiago Araújo ressalta que vai levar o caso à Justiça e exigir uma indenização para o cliente.

Conforme o advogado, cobrar uma punição mais severa contra a suspeita também vai além de uma questão de justiça, é um forma de passar um recado óbvio, que muitas pessoas, infelizmente, ainda insistem em ignorar. O de que o racismo é crime.

“O racismo é inadmissível, intolerável e como sociedade, devemos combater esse tipo de comportamento. Devemos lutar com todas as armas disponíveis. Por isso, tomaremos todas as medidas na esfera criminal e cível para que essa racista seja penalizada nos termos da lei”, comenta o advogado.

Vale lembrar que o racismo é crime inafiançável e imprescritível no Brasil. A quem o pratica a pena é de prisão por um a três anos e multa.

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