Crítica Uma Ilha Bem Distante: Romance divertido mostra que é possível recomeçar
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Em março a Netflix estreou sua nova comédia romântica: Em Uma Ilha Bem Distante. Dirigido pela alemã Vanessa Jopp, o filme escolheu as paisagens da Croácia para fugir do lugar comum e mostrar como é possível recomeçar a vida mesmo depois dos 40 anos.
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Logo no início, somos apresentados à Zeynap Altin, vivida brilhantemente pela atriz Naomi Krauss. Apagada pela dor e sofrimento, ela é uma mulher melancólica que precisa ajeitar as coisas para o velório de sua mãe. Somado a isso, ela ainda tem que dar conta das tarefas domésticas e cuidar do pai rabugento, do marido desatento e da filha adolescente rebelde.
Sobrecarregada e arrastada pela vida, ela é surpreendida com uma herança valiosa: sua mãe havia comprado uma casa na Croácia, país onde nasceu, e agora o imóvel ficou para Zeynap. Sem muitas perspectivas de um bom futuro, e com um relacionamento abalado, a mulher logo percebe que não tem muito a perder e parte rumo ao país para conhecer seu novo imóvel.
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Uma nova vida, uma nova mulher
A partir desse momento, o filme tenta arrancar algumas risadas do público forçando situações cômicas entre a protagonista e Josip (Goran Bogdan), o ex-proprietário da casa que ainda vive no local. Grandalhão e desajeitado, ele parece uma criança em alguns momentos, justamente por falar tudo que lhe vem à cabeça.
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A dinâmica da dupla é agradável e os atores demonstram química em cena, o que facilita o público torcer pelo casal. Embora a comédia possa parecer um tanto quanto artificial em alguns momentos, o romance funciona bem em cena.
Durante o tempo em que vive na Croácia, os dois disputam pela casa e pelo terreno. Enquanto Zeynap quer vender o imóvel ou alugá-lo para o Airbnb, Josip não aceita a hipótese de ver outros hóspedes estragando a propriedade. A guerra entre os dois é marcada pela teimosia em não aceitarem ouvir a opinião do outro e pelo fato de não darem o braço a torcer e assumirem que estão se apaixonando.
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O detalhe mais interessante dessa parte da história, no entanto, é ver como a protagonista vai se transformando de dentro para fora, um acerto do texto, é claro, mas também da equipe de caracterização que transforma uma Zeynap amarga e solitária que só usava roupas escuras e exibia várias olheiras, em uma mulher jovem, simpática e alegre, que abusa dos tons claros e consegue iluminar os ambientes onde chega.
Boa protagonista e bons coadjuvantes
Outro ponto interessante é que, embora Uma Ilha Bem Distante seja sobre Zeynap — e a trama deixa isso muito claro —, ele não apaga os coadjuvantes. É claro que eles orbitam em volta da personagem principal, mas são boas adições à trama. O marido rabugento é vivido por Adan Maral, que consegue equilibrar bem os momentos de humor e drama, sem cair no pastelão.
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Além deles, ainda completam o elenco Artjom Gilz, Bahar Balci, Davor Tomic, Vedat Erincin, entre outros. Ainda que sejam nomes pouco conhecidos para nós brasileiros, eles não fazem feio em frente às câmeras e merecem uma chance de serem vistos em outros trabalhos que venham a fazer.
Reforçando o fato dos coadjuvantes serem importantes na trama, um excelente acerto acontece quando a filha de Zeynap conta que está apaixonada por Louise, uma menina que conheceu.
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A mãe acerta ao tratá-la com respeito (como deve ser), mas erra ao deduzir de uma vez que ela é lésbica. Mais para frente, vemos a menina reafirmando que é bissexual. Acerto do texto, que não reforçou estereótipos, e de Balci, que deu à cena a naturalidade necessária.
Vale a pena assistir à Em Uma Ilha Bem Distante?
Com texto leve, divertido e paisagens maravilhosas, a nova comédia romântica da Netflix tem tudo para conquistar os fãs do gênero — e até aqueles que não são tão fãs assim. O filme foca no processo de redescoberta de uma mulher mais velha que percebe que a vida não acaba depois dos 40 e que sempre há uma chance para recomeçar.
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Com uma bela atuação de Krauss no papel principal, Em Uma Ilha Bem Distante mostra corpos e peles reais, e não tenta glamourizar o que é para ser natural. O longa não é um “filme cabeça”, mas faz refletir e serve como comfort movie.
Quem quiser dar uma chance à obra, pode assistir Em Uma Ilha Bem Distante na Netflix.
Leia a matéria no Canaltech.
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