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Crítica Medusa Deluxe | Com bom elenco, filme britânico derrapa na execução

Crítica Medusa Deluxe | Com bom elenco, filme britânico derrapa na execução
Crítica Medusa Deluxe | Com bom elenco, filme britânico derrapa
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Com um enredo atrativo, um elenco afiado e figurinos que agradam, o longa britânico Medusa Deluxe chegou aos cinemas brasileiros no dia 15 de junho prometendo chamar a atenção do público ao unir assassinato, rixas de cabeleleiros, inveja e muito mistério. Mas, ao contrário do que se esperava, o filme, do diretor estreante Thomas Hardiman, não decola.

Para começar, vale dizer que a premissa de Medusa Deluxe é boa e parte do ponto em que um monte de cabeleireiras e modelos se reúnem para participarem de um concurso de penteados exóticos. Acontece que pouco antes de estrearem seus penteados para os jurados, o grupo é surpreendido com a notícia que Mosca, um dos concorrentes, morreu escalpelado — algo minimamente irônico para um cabeleireiro.

Atenção! Esta crítica contém spoilers de Medusa Deluxe.

A partir de então, inicia-se uma onda de desconfiança, em que cada uma das mulheres tem motivos suficientes para acreditar que a colega do lado foi a responsável pelo crime. Aqui, a narrativa escolhe não seguir o modelo clássico do cinema e abandona a figura do detetive, deixando que o público tente descobrir quem foi o culpado.

A boa escolha do enredo, no entanto, começa a perder sentido quando ele erra em não apresentar direito os personagens. Ficamos tão preocupados em desvendar quem é quem, que o motivo e o responsável pelo assassinato ficam em segundo plano.

Bons personagens, mas mal desenvolvidos

Por falar nos personagens, vale dizer que o filme acerta tanto na escalação do elenco quanto nos personagens, já que é composto, em sua maioria, por mulheres carismáticas que têm muito a entregar em cena.

O destaque fica para a raivosa Cleve (Clare Perkins), para a evangélica Divine (Kayla Meikle), cujo diálogo com Pablo (o bebê) é maravilhoso, e para a ambiciosa Kendra (Harriet Webb).

Já na ala masculina ganham espaço Rene (Darrell D’Silva), o organizador do evento; Gac (Heider Ali), um segurança careca que age de maneira cada vez mais estranha; e Angel (Luke Pasqualino), o marido de Mosca, que conseguiu não cair no estereótipo do gay frágil e traído.

Com tantas figuras interessantes, no entanto, o filme não soube desenvolvê-las bem, e muitas acabaram ficando apenas na superfície… o que é uma lástima. Com o tempo restante, a obra se preocupou mais com o jogo de câmeras do que com o enredo e isso ficou nítido.

Cenografia surpreende e filmagem cansa

Por falar em câmeras, a obra foi filmada com o intuito de dar a impressão de um longo e único take, o que ajuda a contar a história. Mas, por se estender demais, acaba sendo cansativo.

A sensação que fica é que estamos constantemente percorrendo corredores, subindo e descendo escadas, entrando e saindo de salas e não chegando a lugar nenhum.

É nesse ponto que Medusa Deluxe mais derrapa. Ao tentar inovar na estética, o filme se perde na história e deixa algumas lacunas abertas. Ainda assim, é impossível não reconhecer o mérito do longa em conseguir ambientar um enredo inteiro em um lugar indefinido: não sabemos se trata-se dos bastidores de um teatro, de uma empresa, de uma obra… O que se sabe é que dentro de tal cenário um dos personagens é o assassino de Mosca.

A descoberta final e o motivo do crime

No final da segunda metade do filme somos conduzidos ao desfecho da trama e à revelação de quem realmente matou o cabeleireiro. Apesar do nome do assassino não surpreender, o que torna a trama mais intrigante é o que está por trás da morte de Mosca.

Ele e seu marido, Angel, estavam envolvidos em algo muito maior do que um simples concurso de penteados, e contrabandeavam remédios para queda de cabelo. Como consequência, acabaram viciados em substâncias proibidas, o que fez com que Mosca tivesse um colapso devido à diabetes. Esse arco do contrabando só é contado nos últimos minutos e surge como um bom final em meio a uma narrativa já cansada.

Medusa Deluxe: poderia ser uma obra prima

Por fim, cabe falar que Medusa Deluxe não é de todo ruim e, para ser a estreia de Thomas Hardiman, até que agrada bem. Se melhorasse a execução e desenvolvesse melhor os diálogos, o longa poderia ser um grande acerto.

Ainda assim, vale a pena dar uma chance a ele e tirar suas próprias conclusões. Medusa Deluxe está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.

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