Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertaram, na última semana, para o aumento de novas cepas do vírus da covid-19 no Brasil, em especial, a linhagem XBB e, potencialmente, a XBB.1.5 — apelidada informalmente de variante Kraken, em referência ao monstro mitológico que destruía embarcações marítimas. Hoje, a BA.5 da Ômicron ainda é predominante.
O novo cenário epidemiológico do coronavírus SARS-CoV-2 foi descrito pela equipe da Rede Genômica Fiocruz. Os autores do levantamento lembram que, nos Estados Unidos e na Europa, a linhagem XBB já provoca um novo aumento de casos da clique aqui as unidades de saúde onde a vacina está disponível. Nestes mesmos locais, estão sendo aplicadas doses para evitar a influenza. Os testes para detectar a covid-19, o que, eventualmente, pode se repetir no Brasil.
Aumento de casos da linhagem XBB e da Kraken no Brasil
No caso das cepas BA.5 e BA.4, os pesquisadores podem confirmá-las apenas pelo exame de RT-PCR — o teste considerado padrão-ouro para a covid-19 —, o que facilita o acompanhamento epidemiológico no Brasil. Diferente das outras cepas, a linhagem XBB só pode ser confirmada por análise genética.
A presença de amostras que podem representar a linhagem XBB — e que, com certeza, não são a BA.5 ou a BA.4 — aumentou de menos de 5% no início de dezembro para 15% na última semana, afirma o relatório da Fiocruz. Neste cenário, os casos da XBB.1.5, a Kraken, podem estar subnoficados.
Oficialmente, somente duas amostras com a subvariante XBB.1.5 foram sequenciadas no país até o momento. Ambos os pacientes infectados moravam no estado de São Paulo.
Para ter a dimensão real da circulação da linhagem XBB no país, é necessário ampliar o número de amostras da covid-19 que passam por sequenciamento genético. Por enquanto, sabe-se que a circulação des cepas da XBB é mais expressiva nos seguintes estados:
- Rio de Janeiro;
- São Paulo;
- Minas Gerais;
- Espírito Santo;
- Bahia;
- Mato Grosso;
- Santa Catarina.
Neste momento, “fica clara a necessidade da manutenção das redes de vigilância genômica do SARS-CoV-2 no país, assegurando recursos financeiros e o fluxo de amostras para laboratórios capacitados a produzirem os genomas e analisarem os dados com celeridade”, afirma Tiago Gräf, da Rede Genômica Fiocruz, em comunicado.
Fonte: Agência Fiocruz