As escavadeiras que parecem ter saído do filme Transformers já existem há mais de 50 anos. Esses equipamentos nada convencionais foram criados em 1966 pelos engenheiros Josef Kaiser e Ernst Menzi com o objetivo de facilitar o trabalho em locais perigosos e de difícil acesso.
Segundo os fabricantes, além das pernas articuladas e extensíveis — que lembram os membros de uma aranha gigante —, as escavadeiras possuem estabilizadores, rodas basculantes e caçambas móveis que garantem uma mobilidade muito maior em comparação com equipamentos convencionais.
Originalmente, elas foram projetadas para operar em ambientes extremos, como os Alpes suíços, onde escavadeiras comuns não conseguem chegar. Os primeiros modelos tinham apenas um par de rodas de eixo único nas partes dianteira e traseira, além de um braço hidráulico para levantar as pernas e arrastar as rodas.
“Monstros” hidráulicos
A partir da década de 1970, as escavadeiras ganharam braços hidráulicos mais avançados, com rodas e pés estabilizadores embutidos. Essa atualização permitiu que elas se tornassem capazes de se levantar e inclinar, como se fossem cabras que escalam montanhas.
Atualmente, essas máquinas possuem pernas retráteis que se estendem e se levantam, mostrando uma adaptação perfeita ao terreno. Com isso, elas conseguem escalar encostas escorregadias e lamacentas, vencendo praticamente qualquer obstáculo pelo caminho.
Com uma cabine totalmente giratória, o operador tem uma visão ampla sobre tudo o que está ao seu redor. Além disso, sistemas independentes nas extremidades das pernas e rodas movidas hidrostaticamente, permitem que as escavadeiras movam objetos muito maiores e mais pesados.
Difíceis de encontrar
Como as escavadeiras comuns funcionam bem para a maioria dos projetos de construção civil, essas máquinas “diferentonas” não são tão populares quanto suas irmãs movidas por conjuntos de esteiras e com braços articulados, capazes de realizar apenas movimentos básicos.
Outra desvantagem é o custo de manutenção do sistema hidráulico e a falta de mão de obra especializada para operar esse tipo de equipamento. O que ainda justifica sua produção, segundo os fabricantes, é que essas escavadeiras são extremamente competentes para realização de trabalhos em ambientes inóspitos.
Além disso, ver essas obras-primas de engenharia funcionando é, pelo menos por enquanto, o mais próximo possível que podemos chegar de um Transformer totalmente funcional, capaz de realizar tarefas como se fosse um robô vindo diretamente de Cybertron.