Como será a vacinação da poliomielite com o fim da vacina da gotinha?

A partir do ano que vem, o Ministério da Saúde deixará gradualmente de usar a vacina da gotinha na imunização com a poliomielite. Na história nacional, o imunizante oral contra a pólio foi um marco, responsável por tornar o Brasil livre da doença que causa a paralisia infantil, desde 1994. Passados quase 30 anos, a fórmula em gotas será totalmente substituída pela versão inativada (injeção).

Anunciada na última sexta-feira (7) pela ministra Nísia Trindade, a decisão que vai aposentar a vacina da gotinha contra a poliomielite foi aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI). O composto contém vírus vivos que causam a pólio, mas de forma atenuada. Já a versão injetável leva o agente infeccioso totalmente inativado, sendo mais segura e igualmente eficaz.

Como vai ser a vacinação contra a pólio?

Com a nova definição do Ministério da Saúde, todas as doses do processo de imunização contra a pólio serão feitas com a vacina inativada nos próximos anos. Para obter a máxima proteção contra a paralisia infantil, serão necessárias quatro doses do imunizante:

  • Primeira dose aos 2 meses de vida;
  • Segunda dose aos 4 meses;
  • Terceira dose aos 6 meses;
  • Reforço aos 15 meses.

“A dose de reforço aplicada atualmente aos quatro anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses garantirá a proteção contra a pólio”, informa o Ministério da Saúde, em nota.

Queda na cobertura vacinal contra a poliomielite

Apesar do Brasil ter recebido o certificado de país livre da poliomielite em 1994, ainda há risco de reintrodução do vírus. “Até que a doença seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, entre outras medidas”, pontua a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

A questão é que, há anos, o Brasil não tem alcançado a meta de imunizar 95% das crianças contra a pólio. Por exemplo, em 2022, só foi possível vacinar 77,1% dos pequenos contra a doença que pode gerar sequelas permanentes na vida de um indivíduo.

Personagem Zé Gotinha continua no Ministério da Saúde?

Aqui, vale mencionar que o icônico personagem Zé Gotinha é totalmente inspirado na vacina oral contra a pólio e, por isso, tem a forma de uma gota. Este é, sem dúvidas, um dos maiores símbolos da vacinação infantil no Brasil e, por enquanto, ele não deve ser aposentado pelo Ministério da Saúde.

Criado pelo artista plástico Darlan Rosa no final dos anos 1980, o Zé Gotinha “vai continuar na missão de sensibilizar as crianças, os pais e responsáveis em todo Brasil, participando das ações de imunização e campanhas do Governo Federal”, adianta a pasta.

Fonte: Ministério da Saúde e Sbim   

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