Em novo estudo publicado na revista Nature Human Behaviour, cientistas descreveram a descoberta de um sinal do cérebro que pode ser usado para conectar diferentes partes do órgão e ajudar a processar informações mais rapidamente.
Por si só, o cérebro é considerado pela ciência um mistério a ser desvendado pouco a pouco. E esses sinais recentemente identificados, igualmente misteriosos, podem ajudar a organizar a atividade cerebral complexa. Para chegar a essa descoberta, os autores analisaram exames cerebrais de 100 participantes.
O propósito exato desses sinais, descritos como vórtices, permanece desconhecido pelos pesquisadores. No entanto, a teoria é que eles podem atuar como pontes de comunicação através do cérebro, conectando regiões distintas em redes e ocasionalmente até viajando pelo córtex cerebral — a camada mais externa do cérebro, que gerencia muitas tarefas mais complexas, como memória, atenção, linguagem e percepção.
No estudo, os pesquisadores atribuíram tarefas aos participantes como resolver problemas de matemática ou ouvir uma história, enquanto monitoravam a atividade cerebral.
Isso permitiu observar que as espirais mudavam de direção do sentido horário para o anti-horário em diferentes regiões do cérebro, uma pista de que os vórtices podem coordenar a atividade cerebral por meio de mudanças rotacionais dinâmicas.
Comunicação do cérebro
Em abril deste ano, em estudo publicado na revista Science, pesquisadores identificaram uma nova forma de comunicação que acontece no cérebro. Na ocasião, o estudo revelou que células individuais no córtex usam não apenas os íons de sódio, como já era de conhecimento da comunidade científica, mas também cálcio.
Essa combinação de íons carregados positivamente foi responsável por ondas de voltagem que nunca tinham sido registradas antes.
Quando dosaram as células com um bloqueador de canais de sódio chamado tetrodotoxina, ainda foi possível encontrar um sinal, mas quando o cálcio foi bloqueado, todos os sinais ficaram quietos.
Cérebro e suas curiosidades
Como já mencionamos, as descobertas sobre o cérebro acontecem a passos largos na comunidade científica e sempre há uma nova informação. Estudos já permitiram descobrir que o cérebro pode “mudar” o sabor dos alimentos quando enganado, por exemplo.
Pesquisadores também já ressaltaram que os nossos cérebros usam a cor como um sinal visual para compensar o toque, por isso acaba exercendo uma importância tão significativa em nossas preferências e em nosso comportamento de modo geral.
Vale ressaltar que o cérebro é mais mole do que imaginávamos, a ponto de ser comparado com uma gosma gelatinosa. Os cientistas comentam que as representações que conhecemos do cérebro são rígidas, porque o órgão passa por um processo de preservação para aumentar a rigidez.
Fonte: Nature Human Behaviour, Live Science