Pesquisadores da USP desenvolveram uma técnica que permite identificar câncer a partir da análise de amostras de sangue ou urina. O estudo foi publicado no periódico Journal of Breath Research. A técnica ainda é experimental, mas abre portas para a possibilidade de uma opção mais acessível e menos invasiva.
Atualmente, o diagnóstico de um câncer exige diversos exames, como mamografia, tomografia, ressonância magnética, endoscopia e colonoscopia. Apesar de seguros e eficazes, são métodos invasivos e de alto custo.
O método envolve transformar as amostras em vapor, de onde são extraídos os compostos voláteis para identificar alterações do câncer.
Conforme explicam os pesquisadores, o estudo consistiu em comparar o perfil dos VOCs (compostos orgânicos voláteis, substâncias químicas produzidas naturalmente pelo organismo humano) de pessoas saudáveis e de pacientes com câncer gastrointestinal ou de cabeça e pescoço, para averiguar diferenças.
O grupo conta que não identificou as substâncias presentes nas amostras, pois para isso seria necessário um equipamento muito mais caro. Com isso, a diferenciação foi feita exclusivamente pelos perfis dos picos presentes no cromatograma, uma espécie de ‘impressão digital’ do câncer.
O artigo revela que os modelos individuais que apresentaram os melhores resultados em termos de sensibilidade e especificidade foram o de câncer de cabeça e pescoço em urina, com 84,8% e 82,3%, e o de câncer gastrointestinal em saliva, com 78,6% e 87,5%.
Com isso, a proposta é continuar a pesquisa com um número muito maior de participantes para depois pensar em usar nos serviços de saúde esse método de detecção de câncer em sangue e urina.
Fonte: Journal of Breath Research via Jornal da USP