Apesar de ter diminuído significativamente nos últimos anos, o buraco da camada de ozônio deve registrar um aumento no futuro próximo. O processo é consequência da massiva erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, localizado no Oceano Pacífico, em janeiro de 2022.
Com tantos cenários pessimistas em relação às mudanças climáticas e a falta de políticas efetivas para pará-las, casos de sucesso merecem ser exaltados. Um deles foi a recuperação do buraco na camada de ozônio: desde a proibição global dos clorofluorcarbonetos (CFCs), no final da década de 80, o filtro contra radiação UV na atmosfera da Terra vem se regenerando em um bom ritmo.
A erupção recorde do vulcão submarino, porém, vai deixar um leve atraso nesse processo. O evento foi a maior erupção registrada com a tecnologia moderna e sua pluma chegou a cerca de 58 quilômetros de altitude, alcançando a mesosfera — terceira camada da atmosfera terrestre. A quantidade de água lançada como consequência foi tão grande que a quantidade dessa substância na estratosfera — onde está a camada de ozônio — aumentou em 10%.
Segundo especialistas, o efeito da água será um resfriamento da estratosfera em baixas latitudes nos próximos anos, que vai criar um ambiente propício para os CFCs agirem sobre o ozônio. Como estas substâncias têm um tempo de vida superior a 50 anos, os mesmos gases que foram emitidos antes de sua proibição ainda estão presentes.
O aumento decorrente da erupção ainda não foi observado em 2023, mas cientistas esperam que no próximo verão na Antártida ele já apareça. De qualquer forma, o crescimento será temporário e não preocupa os especialistas, já que a tendência é que o buraco na camada de ozônio volte a fechar e esteja quase totalmente recuperado por volta de 2060.
Fonte: Space.com