Este fim de semana oferece a melhor oportunidade para os observadores do céu noturno visualizarem 136472 Makemake (ou simplesmente Makemake), o terceiro maior planeta anão do Sistema Solar (depois de Plutão e Éris).
Com um diâmetro de cerca de dois terços o de Plutão, trata-se, ainda, do maior objeto transnetuniano conhecido na população dos cubewanos – corpos do cinturão de Kuiper que transitam além da órbita de Netuno e que não são controlados por nenhuma ressonância orbital com o planeta.
Neste sábado (30), Makemake alcançará a oposição, que é quando um objeto atinge o lado exatamente oposto do Sol em relação à Terra (que fica entre os dois corpos celestes).
Ao mesmo tempo, ele vai chegar o mais próximo possível do nosso planeta (ponto de sua órbita chamado de perigeu), o que poderia fazer com que ele parecesse mais brilhante e maior no céu. No entanto, devido à enorme distância deste corpo em relação à Terra (quase 8 bilhões de km), essa diferença é praticamente imperceptível.
A ocasião permite que Makemake esteja visível durante grande parte da noite na direção da Constelação de Coma Berenices, com o momento exato da oposição acontecendo às 5h28 da manhã (pelo horário de Brasília), de acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org.
De São Paulo, o objeto se tornará visível por volta das 21h27, quando se eleva a uma altitude de 21° acima do seu horizonte nordeste. Ele atingirá seu ponto mais alto no céu às 00h56, 44° acima do seu horizonte norte. Então, Makemake se tornará inacessível por volta das 4h24, quando afundar no horizonte noroeste.
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Por que Makemake “ajudou a matar” Plutão
No momento da oposição, o planeta anão ficará a uma distância de 51,79 Unidades Astronômicas (UA), o equivalente a cerca de 7,7 bilhões de km. Sua magnitude será de 17,1 – o que o torna imperceptível para a maioria dos telescópios amadores.
Um app de observação, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView, pode ajudar a encontrar o planeta anão no céu.
No entanto, conforme alerta Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, para observar este objeto, são necessários equipamentos muito específicos.
O distante e gelado Makemake é um transnetuniano importante para a história da astronomia. Ele foi um dos objetos descobertos pela equipe de Mike Brown, que provocaram a redefinição do conceito astronômico de planeta, o que acabou rebaixando Plutão para a categoria de planeta anão. Uma pena que, mesmo em sua oposição, Makemake é um astro muito tênue e só pode ser observado por grandes telescópios, pois seria uma experiência interessante poder dar uma olhada no astro que ajudou a “matar” Plutão.
Marcelo Zurita, astrônomo da Bramon
Fonte: Olhar Digital