Enquanto as atenções estavam voltadas para o visor futurista de Realidade Mista, a Apple também trouxe novidades mais “simples” durante a conferência de estreia da WWDC 2023 nesta segunda (5), com destaque para o inédito chip M2 Ultra. Responsável por finalmente completar a transição da gigante para o Apple Silicon ao ser a opção única de processador do novo Mac Pro, o componente segue os moldes da geração anterior e une dois M2 Max em um pacote para oferecer “o dobro de desempenho” e até 192 GB de memória.
Apesar de impressionante, com especificações de respeito, o Apple M2 Ultra não tem muitos segredos — trata-se, literalmente, de dois M2 Max unidos através do UltraFusion, a tecnologia de conexão de alta velocidade (que atinge 2,5 TB/s) especial desenvolvido junto à TSMC, a empresa que fabrica os processadores da Maçã. O resultado é uma solução de 134 bilhões de transistores, 20 a mais que o M1 Ultra, que pode ser configurada pelo usuário de acordo com a necessidade (e o quanto está disposto a gastar).
A novidade chega a até 24 núcleos de CPU, 76 núcleos de GPU e 192 GB de memória unificada com velocidade de comunicação de 800 GB/s, acompanhados de uma Neural Engine de 32 núcleos para os recursos que usam Inteligência Artificial. Em comparação, o antigo M1 Ultra atingia “apenas” 20 núcleos de CPU, 64 núcleos de GPU e 128 GB de memória, com uma Neural Engine semelhante.
Na prática, os avanços frente à geração anterior seriam de 20% em CPU, 30% em GPU e 40% em IA com as melhorias da Neural Engine, enquanto passar do M2 Max para o M2 Ultra renderia aos usuários o dobro de velocidade, levando em conta que temos especificações dobradas — é válido destacar que nem todos os programas e tarefas escalonam bem, mesmo que haja mais hardware disponível.
Prova dessa variabilidade está na promessa de que alguns programas, como o Octane Render para renderização 3D, chegariam a triplicar o desempenho em relação ao M1 Ultra. A plataforma brilha mais ainda quando há o envolvimento dos aceleradores, sendo capaz de reproduzir até 22 streams de vídeo em 8K usando o codec ProRes, por exemplo, executado em estruturas especiais do chip. Tudo vai depender de quão bem otimizado o aplicativo estará para a arquitetura da Apple.
Outro departamento em que a solução estreante se destaca é conectividade: há compatibilidade com Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.3, enquanto até oito portas Thunderbolt 4, com velocidade de 40 Gbps, são suportadas, como visto no próprio Mac Pro. Trabalhando junto às portas HDMI 2.1, essas conexões são responsáveis por possibilitar que até seis monitores Pro Display XDR sejam usados simultaneamente.
Por mais que continuem sendo chips excpecionalmente poderosos e eficientes, os outros integrantes da família M2 mostraram avanços bons, mas um tanto modestos em relação à linha M1 nos testes realizados pela mídia. Vai ser preciso aguardar pelos reviews para sabermos se o M2 Ultra honra o nome e entrega o “dobro de performance” prometido — o que não deve demorar muito considerando que os novos computadores da marca com o chip extremo chegam às lojas já na semana que vem.
