Apple corrige falha que permitia espionagem no iPhone

A Apple corrigiu nesta quarta-feira (21) três vulnerabilidades críticas no iPhone, que poderiam ser usadas em operações de espionagem contra os usuários. As brechas estavam em elementos sensíveis do sistema operacional e já estariam sendo usadas por criminosos em operações de monitoramento de usuários e roubo de dados, supostamente com o apoio de estados-nação em trabalhos de guerra digital.

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A chamada Operation Triangulation, como batizada pelos especialistas em segurança da Kaspersky, nem mesmo exigia interação dos utilizadores para entrar em ação. Bastava que os alvos recebessem uma mensagem comprometida a partir do app de Mensagens do iPhone para que a exploração acontecesse, possibilitando a coleta da localização dos usuários, imagens trocadas pelo aplicativo de comunicação e gravações do microfone, entre outras atividades.

Nas notas, a Apple diz estar ciente dos ataques, mas indica que eles só seriam possíveis em aparelhos rodando até a edição 15.6 do sistema operacional. Ainda assim, a mais recente atualização traz correções para as três vulnerabilidades, presentes no kernel da plataforma e também no sistema de exibição de páginas WebKit, de forma a garantir a mitigação dos problemas. O update liberado nesta semana tem edições para smartphones mais antigos (iOS 15.7.7) e também recentes, os levando ao iOS 16.5.1; Macs, iPads e o Apple Watch também receberam updates.


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Aproveitando o lançamento da mitigação, a Kaspersky também revelou mais detalhes da Operation Triangulation, fruto de um trabalho de seis meses dos times de pesquisa da empresa de cibersegurança. O malware usado na exploração, chamado TriangleDB, usava justamente a abertura no kernel do sistema operacional para adquirir privilégios de administrador no dispositivo alvo.

Atualização do iPhone, também disponível para outros aparelhos, fecha brechas que vinham sendo usadas em operações de espionagem supostamente governamental (Imagem: Divulgação/Kaspersky)

Como forma de se manter oculta, a praga agia na memória do aparelho, deixando de funcionar caso o dispositivo fosse reiniciado. Bastava, porém, uma nova mensagem enviada para o iMessage para que a exploração continuasse, até um prazo de 30 dias, quando a coleta de dados acabava e todos os vestígios da contaminação eram varridos do telefone, a não ser, claro, que os atacantes estendessem esse prazo ou contaminassem o aparelho novamente.

Enquanto não existem informações sobre quantos usuários foram atingidos pela operação de espionagem, a ideia geral é que este foi um trabalho direcionado — a Rússia chegou a acusar os EUA de estar por trás dos golpes, que seriam focados em cidadãos do país. Ataques desse tipo dificilmente chegam à população geral, com figuras de interesse como diplomatas, políticos, dissidentes e jornalistas estando entre os alvos mais comuns.

Quais modelos de iPhone estavam vulneráveis aos ataques?

A lista de dispositivos que poderiam ser afetados é extensa e inclui até mesmo Macs e Apple Watches, uma vez que os especialistas da Kaspersky também encontraram indícios de desenvolvimento do malware para estas plataformas. Confira:

  • Todos os modelos de iPhone 6s, iPhone 7, iPhone 8, iPhone X, iPhone 11, iPhone SE 2, iPhone 12, iPhone SE 3, iPhone 13 e iPhone 14;
  • iPad Air de terceira geração e mais recentes;
  • iPad de quinta geração e mais recentes, incluindo versões Mini;
  • iPod Touch de sétima geração;
  • iPad Air 2 e mais recentes;
  • Apple Watch série 3 em Diante, incluindo modelos SE;
  • Macs rodando versões Big Sur, Monterey e Ventura do macOS.

Ao atualizar o aparelho, o usuário fica livre de explorações envolvendo a Operation Triangulation, bem como outras vulnerabilidades de segurança que possam estar pendentes em atualizações anteriores. A Apple creditou os pesquisadores responsáveis pela descoberta e agradeceu à comunidade de segurança pelo alerta.

Leia a matéria no Canaltech.

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