R$ 30 milhões para entrar com o time em campo, mas e os jogadores?

O tão esperado texto do projeto de lei (PL) que regulamenta o mercado de apostas esportivas e jogos on-line foi aprovado em Brasília (DF), na última sexta-feira (22), como bem destacou esta matéria da Máquina do Esporte.

Agora, o texto final será encaminhado para o presidente Lula e poderá ser aprovado como um todo ou com vetos no prazo de 15 dias.

Ou seja, de fato o jogo está cada vez mais próximo de começar. Só que, para colocar o time em campo, cada empresa terá que pagar uma licença de R$ 30 milhões para utilização de até três marcas no período de cinco anos.

E aí eu já destaco um grande fator que fará com que o mercado fragmente-se para um cenário bastante positivo.

É notório, por quem acompanha o mercado, que o esporte brasileiro está infestado de empresas de apostas. A todo momento surge uma nova comprando ativos e influenciadores sem sequer ter uma estrutura, inteligência de negócio e gestão por trás.

A partir do momento que a lei é aprovada, separaremos as empresas que realmente querem fazer do mercado de apostas um negócio, daquelas que embedaram um nome qualquer nessas plataformas “White Label” para lavagem de dinheiro e outras coisas desse tipo.

Dessas diversas que surgiram nos últimos anos, qual terá capacidade de investir R$ 30 milhões? Segundo Brasília, 143 empresas demonstraram interesse.

Porque é como eu falei: R$ 30 milhões é só pra entrar em campo. Mas a empresa precisará de atletas (ativos) para patrocinar. Uma coisa é colocar R$ 30 milhões em um clube e ter tudo que um clube oferece de contrapartida: ampla visibilidade, relacionamento, experiências e muito mais. Outra coisa é pegar R$ 30 milhões do seu caixa e colocar em um fundo falso do Governo Federal, com retorno zero.

Serão necessários muitos outros milhões para compra de ativos, montagem de equipe, custos administrativos e, sem dúvida, investimento em ativações. De nada adiantará pagar a licença, se a empresa não tiver uma capacidade grande de investimento em ativos que façam essa empresa ganhar notoriedade. Clubes, eventos, influenciadores, ex-atletas, seja o que for, o jogo é bruto, e a disputa por cadastro será cada vez mais acirrada. As gigantes americanas ainda nem chegaram ao Brasil.

Por isso, estou muito animado com a aprovação do texto. Imagino que as grandes empresas ficarão ainda maiores e as pequenas deixarão de existir ou operarão no mercado negro.

Agora é esperar para ver se é realmente isso que vai acontecer.

Última coluna do ano, aproveito pra agradecer o carinho de todos que me acompanharam e desejar Boas Festas e um 2024 abençoado e mais do que especial na vida de cada um que passou por aqui!

Valeuuuuuuu!

Bernardo Pontes, executivo de marketing com passagens por clubes como Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo, é sócio da Alob Sports, agência de marketing esportivo especializada em intermediação e ativação no esporte, que conecta atletas e personalidades esportivas a marcas, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

Fonte: Máquina do Esporte

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