Um artigo hospedado no servidor de pré-impressão arXiv, e aguardando revisão por pares para ser publicado no periódico científico International Journal of Astrobiology, descreve uma pesquisa polêmica conduzida por astrônomos europeus que propõe que civilizações alienígenas avançadas estariam usando buracos negros como computadores quânticos.
Essa poderia ser uma solução potencial para o paradoxo de Fermi, a aparente contradição entre as altas estimativas de probabilidade de existência de civilizações extraterrestres e a falta de evidências para, ou contato com, tais civilizações.
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Segundo o estudo, os cientistas, de um modo geral, estão olhando para os sinais errados na busca por vida extraterrestre (SETI).
“Atualmente, estamos procurando principalmente mensagens de rádio, e houve várias tentativas de estudar o céu para encontrar os chamados candidatos à esfera de Dyson – megaestruturas construídas em torno de estrelas”, disseram Gia Dvali, física teórica do Instituto Max Planck de Física, na Alemanha, e Zaza Osmanov, professora de física da Universidade Livre de Tbilisi, na Geórgia, ao site Universe Today. “Por outro lado, o problema do SETI é tão complexo que se deve testar todos os canais possíveis”.
O estudo sugere que os pesquisadores devem procurar assinaturas tecnológicas que emanam de potenciais megaestruturas construídas em torno de outros objetos celestes, incluindo pulsares, estrelas anãs brancas e buracos negros.
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Entre essas assinaturas tecnológicas a serem investigadas estaria a computação quântica em larga escala, por meio da qual os alienígenas processariam dados em um ritmo surpreendente. E, segundo essa nova abordagem, os buracos negros podem ser um ótimo lugar para fazer isso.
Não importa quão avançada seja uma civilização ou quão diferente seja sua composição de partículas e química da nossa, somos unificados pelas leis da física quântica e da gravidade. Essas leis nos dizem que os armazenadores mais eficientes de informação quântica são os buracos negros.
Gia Dvali, física teórica do Instituto Max Planck de Física, na Alemanha
De acordo com Dvali, a ideia se baseia em um conceito promovido na década de 1980 pelo astrofísico britânico Roger Penrose, que dizia que os buracos negros poderiam ser uma fonte praticamente ilimitada de energia.
O pesquisadores propõem que o Observatório de Neutrinos IceCube, na Antártica, seria tecnicamente capaz de detectar assinaturas tecnológicas de tais computadores quânticos em buracos negros graças ao tipo especial de radiação que eles liberariam.
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Fonte: Olhar Digital