Diferente dos demais tanques do complexo, o Igarapé Amazônico não tem água cristalina e representa o habitat natural dos peixes
Um fato curioso e que chama a atenção de visitantes é a coloração mais escura do tanque que representa os igarapés amazônicos no Bioparque Pantanal. Diferente dos demais, que possuem água cristalina, este precisa ter a água mais escura para o bem-estar e melhor adaptação dos animais.
Conforme explica a bióloga do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e que atua no Bioparque, Carla Kovalski as espécies que compõem o tanque vieram de uma região onde a água tem cor de chá. “O ambiente natural, o ecossistema que elas vivem na bacia amazônica, tem essa coloração mais escura mesmo, é uma característica do lugar”, explica.
Apesar dos visitantes esperarem um tanque com água cristalina, Carla ressalta que o mais importante é pensar na qualidade de vida dos peixes. “Eu entendo que em um aquário público, durante as visitações, muitas vezes a gente acha que a água tem que estar transparente, mas do ponto de vista do bem-estar animal, especialmente desses peixes que tem essas particularidades, nós atendermos as necessidades específicas deles”.
Contendo 12 espécies, o espaço que representa uma transição entre igarapé (riachos) e uma mata de igapó (floresta inundada) é composto de plantas e troncos de árvores. A bióloga esclarece que esses compostos liberam uma substância química chamada tanino, responsável por deixar a água com a cor amarelada. “Nosso objetivo é deixar o espaço o mais próximo possível do habitat natural. A coloração da água mais escura tem um impacto positivo na vida deles e o bem-estar dos peixes vem em primeiro lugar”.
Rosana Lemes, Subcom
Fotos: Bruno Rezende