10 games de Mega Drive que eram exclusivos no Japão e você não jogou

O Mega Drive, também conhecido como Sega Genesis, é um console que fez a alegria de muitos jogadores durante a década de 90. Neste domingo (29), o videogame completa 35 anos desde o lançamento e ainda é lembrado com muito carinho e jogado pelos fãs, seja pelo próprio console original guardado com carinho ou pelos relançamentos em coleções ou Virtual Console.

Hoje em dia, boa parte da biblioteca do Mega Drive está disponível para jogar, mas, nos anos 90, muitos games ficaram encalhados no Japão e deixaram os fãs do ocidente apenas na vontade. A seguir, confira 10 games do console de 16-bits da Sega que eram exclusivos no Japão e você não jogou na época.

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Neste aniversário de 35 anos do Mega Drive, confira alguns jogos que foram lançados apenas no Japão — Foto: Reprodução/Eurogamer

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1. Battle Mania Daiginjou

Não é nada incomum ouvir que o Mega Drive é a casa de alguns dos melhores jogos do gênero shoot’em up. Zero Wing, Gaiares, Truxton entre tantos outros levaram uma ótima experiência para fãs de jogos de nave, seja pela gameplay, excelentes músicas e desafios que não eram para qualquer jogador. Mesmo com tantas opções lançadas na América do Norte e Europa, algumas ainda ficaram restritas ao Japão. Um desses games é o criativo Battle Mania Daiginjou, um jogo que deixa de lado as naves e coloca para a batalha duas heroínas com armas de fogo e voando com jetpacks.

Lançado em 1993, Battle Mania Daiginjou é a sequência de Battle Mania (1991), conhecido no ocidente como Trouble Shooter. Apesar de o primeiro jogo ter sido bastante elogiado pela crítica, o ocidente infelizmente não viu o Trouble Shooter 2 ser lançado. Battle Mania Daiginjou ficou limitado ao Japão e Coreia do Sul.

Battle Mania Daiginjou é um ótimo jogo de nave que se destaca, além da criatividade e gameplay, pelo foco na história das heroínas — Foto: Reprodução/Dr. Sage
Battle Mania Daiginjou é um ótimo jogo de nave que se destaca, além da criatividade e gameplay, pelo foco na história das heroínas — Foto: Reprodução/Dr. Sage

The NewZealand Story foi um título bastante curioso da Taito que saiu para Mega Drive e diversas outras plataformas. O protagonista do game é Tiki, o kiwi, uma ave não-voadora muito comum na Nova Zelândia. O game conta com uma gameplay bastante única e estágios estilo labirinto com inimigos, armadilhas e itens para o Tiki coletar. O objetivo é salvar os amigos do protagonista e encarar batalhas contra chefes.

O ocidente recebeu algumas versões de The NewZealand Story, como para os arcades, computadores pessoais e Nintendo Entertainment System (NES). Entretanto, o Mega Drive ficou de fora da festa e manteve o jogo exclusivo no Japão.

The NewZealand Story conta com um simpático kiwi como protagonista — Foto: Reprodução/retrosutra
The NewZealand Story conta com um simpático kiwi como protagonista — Foto: Reprodução/retrosutra

Cotton é uma franquiade jogos eletrônicos desenvolvida pela Success Corporation, sendo Cotton o nome da protagonista. Os dois primeiros jogos da série eram shoot ‘em up no estilo side scrolling, como Gradius e R-Type, por exemplo. Contudo, para o terceiro jogo da série, o primeiro lançado para o Mega Drive, a Success optou por mudar a receita e transformar a série Cotton em um shoot ‘em up no estilo conhecido como “pseudo 3D”, que coloca a “nave” de costas para a tela e voando para frente, enquanto os inimigos surgem do plano de fundo. Esse foi Panorama Cotton, lançado em 1994.

A Success aparenta ter se inspirado em Space Harrier, um jogo do mesmo estilo desenvolvido pela Sega e lançado ainda nos anos 80. A diferença é que Panorama Cotton mantém a ambientação em um mundo baseado em animações japonesas. É um jogo muito divertido e que foi bastante elogiado na época, mas ficou limitado ao mercado japonês.

Panorama Cotton possui belas animações e uma gameplay bastante divertida — Foto: Reprodução/Paul Eales
Panorama Cotton possui belas animações e uma gameplay bastante divertida — Foto: Reprodução/Paul Eales

Em 1991, foi lançado para Mega Drive no mercado norte-americano um jogo chamado Warsong, um excelente título para os fãs de jogos de RPG tático. Esse foi o nome que foi dado ao jogo apenas na região. No Japão, seu nome original é Langrisser, que também ganhou uma versão para PC-Engine. Seu estilo lembra bastante Shining Force, também presente no console da Sega, onde você controla os personagens na arena, que é basicamente um tabuleiro, e vê animações quando ataca ou é atacado. Isso sem contar a história bastante complexa e com um grande elenco de personagens.

Três anos depois, em 1994, a Masaya lançou Langrisser II, mas o mercado norte-americano nunca viu um “Warsong II” chegar na região. A sequência só foi aterrissar no ocidente em março de 2020 com a coleção Langrisser I & II, que contém os remakes de ambos os jogos.

Langrisser II, ou Warsong 2, só foi ser lançado no ocidente como um remake — Foto: Reprodução/Reinc
Langrisser II, ou Warsong 2, só foi ser lançado no ocidente como um remake — Foto: Reprodução/Reinc

5. Tōgi Ō: King Colossus

Desenvolvido e publicado pela própria Sega, Tōgi Ō: King Colossus é um jogo do gênero de RPG de ação lançado em 1992. O título apresenta um visual simples e uma gameplay que, inevitavelmente, é comparada com The Legend of Zelda: A Link to the Past, sucesso do Super Nintendo. O game se apresenta como uma ótima opção para aqueles que não estão com paciência para entender uma história profunda e querem partir diretamente para a ação.

Infelizmente, Tōgi Ō: King Colossus nem foi cogitado para ser lançado no ocidente. Nem mesmo relançamentos para consoles mais modernos contam com a presença do game. O máximo que existe de Tōgi Ō: King Colossus é uma tradução feita por fãs em 2006, o que já ajuda para aproveitar desse obscuro título para Mega Drive.

Tougi Ou King Colossus é um game pouco conhecido, mas que teria muito potencial no ocidente — Foto: Reprodução/Were1974
Tougi Ou King Colossus é um game pouco conhecido, mas que teria muito potencial no ocidente — Foto: Reprodução/Were1974

6. Advanced Busterhawk Gleylancer

Mais um shoot ‘em up para a lista. Advanced Busterhawk Gleylancer é o clássico jogo de nave side scrolling, com o veículo se movimentando da esquerda para a direita e sendo obrigado a desviar de tiros e obstáculos enquanto destrói seus inimigos. Com bonitos gráficos, belas cutscenes com artes de mangá e diversos finais para serem encontrados, o game também se destacava por uma gameplay pouco repetitiva e com muitos recursos a serem utilizados.

Desenvolvido pela Masaya, Advanced Busterhawk Gleylancer foi lançado para o Mega Drive em 1992 e ficou exclusivo do Japão. América do Norte e Europa só receberam o jogo em 2008 graças ao Virtual Console do Nintendo Wii. Neste ano de 2023, a empresa Retro-bit fez um lançamento físico de Advanced Busterhawk Gleylancer para Mega Drive, mas com cópias limitadas.

Advanced Busterhawk Gley Lancer seria mais uma espetacular opção de jogo de nave para o mercado norte-americano — Foto: Reprodução/ Sega Lord X
Advanced Busterhawk Gley Lancer seria mais uma espetacular opção de jogo de nave para o mercado norte-americano — Foto: Reprodução/ Sega Lord X

Surging Aura foi desenvolvido pela Japan Media Programming e lançado para o Mega Drive em 1995. A razão de não ter sido localizado para o ocidente é bastante compreensível. Além de no ano de 1995 os jogadores já estarem de olho na nova geração de consoles, com PlayStation, Sega Saturn e Nintendo 64, Surging Aura ficou conhecido por ser um RPG com uma quantidade absurda de textos. Ou seja, o trabalho de tradução seria árduo e poderia não valer a pena por conta da inevitável diminuição do interesse nos consoles 16-bits na época.

Por conta do timing, o ocidente perdeu o que seria uma fenomenal adição do gênero de RPG na biblioteca de Mega Drive. Surging Aura possui um belo visual e mecânicas inovadoras. Apesar de a trilha sonora ter poucas músicas memoráveis, o game pode se comparar em qualidade com títulos como Phantasy Star IV. No entanto, para uma melhor experiência com o jogo, é muito necessário entender a história e os diálogos, uma missão difícil para quem não entende japonês ou francês, idioma da única tradução feita por fãs.

Surging Aura poderia ser um sucesso como foi Phantasy Star IV, mas foi lançado em um timing ruim — Foto: Reprodução/我愛你Ice Jacket
Surging Aura poderia ser um sucesso como foi Phantasy Star IV, mas foi lançado em um timing ruim — Foto: Reprodução/我愛你Ice Jacket

Quando um fã de games escuta o nome Game Freak, a série Pokémon é aquela que vem à mente. Entretanto, a desenvolvedora trabalha em outros projetos além da série de monstrinhos, e alguns excelentes títulos ficaram “presos” no Japão por muito tempo. Um deles é o Pulseman, lançado exclusivamente no Japão em 1994. Vale lembrar que o jogo até foi lançado na América do Norte em 1995, mas apenas pelo Sega Channel, um serviço online da região, bastante criticado pelo preço alto da assinatura e que foi descontinuado três anos depois.

Trata-se de uma ótima opção para os fãs de jogos de plataforma. Durante o game, o jogador controla Pulseman, que conta com poderes elétricos para atacar os inimigos e se movimentar de diferentes formas pelo mapa. O título se destaca pelos gráficos, boas músicas e por levar uma fórmula bastante inovadora para o gênero de plataforma na época. Pulseman chegou oficialmente ao ocidente apenas em 2009, com o Virtual Console do Nintendo Wii, e em abril de 2023 com o Nintendo Switch Online + Expansion Pack.

Pulseman é um belo jogo feito pela criadora dos jogos de Pokémon — Foto: Reprodução/Nenriki Gaming Channel
Pulseman é um belo jogo feito pela criadora dos jogos de Pokémon — Foto: Reprodução/Nenriki Gaming Channel

A franquia Golden Axe foi um das mais populares entre os detentores de Mega Drive no anos 90. Os jogos envolviam uma história que se passava em uma era antiga, com muitas inspirações da obra Conan: o Bárbaro, e que contava sobre guerreiros armados com espadas e machados e sedentos por vingança. Tanto Golden Axe (1989) como Golden Axe II (1991) foram lançados no ocidente, mas Golden Axe III (1993) ficou de fora.

Um rumor apontava que a Sega não lançaria o terceiro jogo da franquia fora do Japão por ele ter sido considerado uma decepção em relação aos gráficos e por falta de melhorias em relação ao antecessor. Mesmo assim, o jogo ganhou o carinho dos fãs com o tempo. Tanto que foi lançado oficialmente no ocidente em diversas coleções, como na mais recente Sega Genesis Classics.

Golden Axe III decepcionou por não levar grandes inovações em comparação ao Golden Axe II, mas o game possui seu prestígio entre os fãs — Foto: Reprodução/AL82 Retrogaming Longplays
Golden Axe III decepcionou por não levar grandes inovações em comparação ao Golden Axe II, mas o game possui seu prestígio entre os fãs — Foto: Reprodução/AL82 Retrogaming Longplays

A franquia Wonder Boy ficou bastante popular nos arcades e nos consoles da Sega. O primeiro jogo da série da Westone Bit Entertainment foi lançado em 1986 e, desde então, recebeu algumas sequências. É interessante que cada jogo possuí um gênero diferente. A princípio, Wonder Boy seria um clássico side scrolling em 2D de plataforma, mas, eventualmente, a série adquiriu elementos de RPG e até de Metroidvania. Muitos fãs brasileiros devem se lembrar mais dos jogos da Turma da Mônica, em especial Mônica no Castelo do Dragão (1991) para Master System, que foram reproduções autorizadas de Wonder Boy criadas pela Tectoy no Brasil.

Em 1994, foi lançado para Sega Genesis Monster World IV, que, apesar do nome e do número romano, é o sexto jogo da franquia da Westone Bit Entertainment. O título mistura muitos elementos de RPG, ação e plataforma, e ficou limitado somente ao mercado japonês por muito tempo. Foi apenas em 2012 que o game recebeu versões oficiais em inglês para Virtual Console de Nintendo Wii, no Xbox Live Arcade e na PlayStation Network. Em maio de 2021, Monster World IV ganhou um remake, chamado de Wonder Boy: Asha in Monster World. Já em janeiro de 2023, o jogo ficou disponível também na Wonder Boy Anniversary Collection.

Wonder Boy: Asha in Monster World é o remake de Monster World IV, um jogo que, por quase duas décadas, só existia no Japão — Foto: Reprodução/Steam
Wonder Boy: Asha in Monster World é o remake de Monster World IV, um jogo que, por quase duas décadas, só existia no Japão — Foto: Reprodução/Steam

Com informações Retrogamesource e The Gamer

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